Com quadro branco e caneta na mão, psicólogo compartilha conhecimento em restaurantes populares de São Paulo.
Onde todo mundo vê perda de tempo, o psicólogo Diego Macedo, de 25 anos, achou uma oportunidade. Há dois meses, ele leva quadro branco e caneta para oferecer aulas em filas de restaurantes de São Paulo. É a chamada Escola de Rua, que leva no cardápio cerca de 100 microideias sobre filosofia, questões pessoais e de relações no trabalho.
Natural de Petrópolis, no Rio de Janeiro, Macedo trabalhou com crianças especiais e como palestrante em escolas antes se de mudar para São Paulo em busca de conseguir maior liberdade para trabalhar de forma inovadora e compartilhar seu conhecimento. “A clínica é excludente, enquanto a rua é inclusiva. Você não sabe o que vai acontecer e que tipo de problema as pessoas vão trazer. É sempre uma novidade”, diz.
Para desenvolver tal tarefa, segundo ele, era necessário autoconhecimento. Foi então que começou a frequentar o cursos de empreendedorismo no Lab89, ambiente colaborativo na Vila Madalena, na zona oeste da capital paulista. A Escola de Rua é resultado desse processo.
O momento “eureka!” veio quando estava na fila de um restaurante popular e viu um músico tocando violão. “O que posso entregar de mais precioso e legal para as pessoas? Assim como ele, eu também tenho a minha arte”, explica Macedo. No dia seguinte, improvisou uma parceria com o artista e conseguiu R$ 40. Ao longo do tempo, Macedo conta que suas palestras de três minutos, como pequenas conferências TED, começaram a fazer sentido para os clientes dos restaurantes.
De olho na conquista de novos espaços, começou a levar a Escola de Rua para os parques da cidade e ter um contato mais próximo com o público.
“Tem duas formas que as pessoas podem usar minha aula: uma é falar dos problemas dela e a outra é quando eu levo algo do meu repertório. Eu faço parte da Escola de Rua, mas ela não se restringe a mim”, explica.
Para manter o projeto e expandir sua rede com novos professores, Macedo lançou uma campanha no site de financiamento colaborativo Catarse. Para custear cada dia de atividade, são necessários R$ 100. Como recompensa, o empreendedor oferece desde citações no blog do projeto, a links para videoaulas, workshops em grupos e metodologia para novos interessados.
Por enquanto, Macedo conta que não tem uma agenda fixa e que prefere anunciar suas próximas aulas de rua em sua página na rede social Facebook.
* Publicado originalmente no site Porvir.