Sociedade

Região da América Latina e Caribe foi a mais mortal para jornalistas em 2019

Por ONU Brasil – 

Vinte e dois jornalistas foram assassinados na América Latina e Caribe em 2019, o que torna a região a mais perigoso do mundo para a imprensa, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (20) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No Brasil, dois jornalistas foram assassinados em 2019.

O levantamento mostrou que cobrir assuntos locais, como política, corrupção e crime, é mais perigoso para jornalistas do que cobrir zonas de guerra. No ano passado, quase dois terços dos casos de assassinato ocorreram em países que não vivenciavam conflitos armados, e a maioria envolveu repórteres realizando cobertura local.

Jornalistas na sede da ONU, em Nova Iorque. Foto: ONU

Vinte e dois jornalistas foram assassinados na América Latina e Caribe em 2019, o que torna a região a mais perigoso do mundo para a imprensa, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (20) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No Brasil, dois jornalistas foram assassinados em 2019.

A América Latina e Caribe é seguida pela Ásia-Pacífico, com 15 assassinatos de jornalistas no ano passado, e pelos Estados árabes, com 10 mortes.

Os números fazem parte da base de dados do Observatório de Jornalistas Assassinados, mantida pela UNESCO. Na última década, 894 jornalistas foram assassinados, uma média de quase 90 por ano: os assassinatos de jornalistas em 2019 caíram quase pela metade em comparação com 2018 (de 99 para 56), mas os membros da imprensa ainda enfrentam riscos extremos, em todas as regiões do mundo.

Cobertura local é mais perigosa do que reportagens de guerra

Os dados da UNESCO mostram que cobrir assuntos locais, como política, corrupção e crime, é mais perigoso para jornalistas do que cobrir zonas de guerra. No ano passado, quase dois terços dos casos de assassinato ocorreram em países que não vivenciavam conflitos armados, e a maioria envolveu repórteres realizando cobertura local.

Em novembro de 2019, no Dia Internacional para Acabar com a Impunidade de Crimes contra Jornalistas, a UNESCO lançou uma campanha, #KeepTruthAlive, para chamar a atenção para os perigos enfrentados pelos jornalistas perto de suas casas, destacando o fato de que 93% dos trabalhadores assassinados atuavam localmente. A campanha apresentou um mapa interativo, fornecendo uma demonstração vívida da escala e da amplitude dos perigos enfrentados por jornalistas em todo o mundo.

Uma tentativa de silenciar críticas

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, a UNESCO declarou que ataques a jornalistas são uma tentativa de silenciar vozes críticas e restringir o acesso do público à informação.

Além do risco de assassinato, os jornalistas sofrem cada vez mais ataques verbais e físicos relacionados ao seu trabalho. Nos últimos anos, houve um aumento acentuado de prisões, sequestros e violência física, em meio a uma retórica generalizada e hostil à mídia e aos jornalistas.

As mulheres da mídia são alvo particular, diz a UNESCO: são frequentemente vítimas de assédio online e enfrentam ameaças de violência baseada em gênero.

A UNESCO está comprometida em melhorar a segurança dos jornalistas em todo o mundo e garantir que os crimes contra eles não fiquem impunes.

Um relatório publicado pela agência em novembro de 2019 mostrou que apenas 10% dos ataques são processados ​​e menos de um em cada oito casos registrados pela UNESCO desde 2006 foram resolvidos.

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