O Rio de Janeiro (RJ) é oficialmente a Capital Mundial da Arquitetura para 2020. O anúncio foi feito hoje (18/01/2018), na sede da UNESCO, em Paris, pelo diretor-geral adjunto de cultura da UNESCO, Ernesto Renato Ottone Ramirez, representando a diretora-geral, Audrey Azoulay,. A cerimônia contou com a presença da secretária municipal de Urbanismo, Verena Andreatta, representando o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, do presidente da União Internacional dos Arquitetos (UIA), Thomas Vonier, do presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Nivaldo de Andrade, e do presidente do Comitê Executivo do 27º Congresso Mundial da UIA, Sérgio Magalhães.
A partir de agora, as cidades que sediarem o Congresso Mundial da UIA, realizado a cada três anos, serão também designadas pela UNESCO como Capital Mundial da Arquitetura. Com esse título, as cidades se responsabilizam em promover uma série de eventos relacionados às questões urbanas, durante todo o ano em que se realizará o Congresso.
O Rio de Janeiro foi selecionado, em 2014, para sediar o Congresso Mundial da Arquitetura de 2020, concorrendo com Paris (França) e Melbourne (Austrália). Para isso, a prefeitura e o IAB fizeram uma proposta de programa para o evento e definiram um tema de interesse global, que foi o “All the worlds. Just one world” (“Todos os mundos. Apenas um mundo”, em tradução livre), que foram apresentados à UIA.
“Nosso compromisso é o de transformar o ano de 2020 em um marco na história cultural da cidade. Além da visibilidade internacional, teremos a oportunidade de ampliar a relação de pertencimento dos moradores da nossa cidade com o seu patrimônio histórico e arquitetônico, difundindo e preservando esse acervo. O Rio de Janeiro possui uma arquitetura que reflete a riqueza de culturas que formam a sociedade brasileira, por ter sido porto e capital do Brasil por mais de dois séculos”, defende o prefeito Marcelo Crivella.
Eventos como esse colaboram para o cumprimento de duas importantes agendas de desenvolvimento das Nações Unidas: a principal delas, a Agenda 2030, sobretudo em seu Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (ODS 11), que tem como foco as cidades e os assentamentos humanos, além da Nova Agenda Urbana.
A Representante e Diretora da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, ressalta que “a cultura e a arquitetura são fundamentais para a superação de desafios e soluções inovadoras para os espaços urbanos”. Ela complementa dizendo que “ter o Rio como a primeira Capital Mundial da Arquitetura é um fato a ser celebrado pelo país, uma vez que a cidade se tornará o palco de uma série de eventos, em 2020, para tratar de temas importantes para o desenvolvimento como cultura, planejamento urbano, mobilidade, obras públicas e a construção de cidades mais inclusivas. Além desse título, a cidade ainda é reconhecida por abrigar dois sítios do Patrimônio Mundial Cultural – Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar e Sítio Arqueológico Cais do Valongo”.
O presidente do IAB, Nivaldo de Andrade, ressalta que esta é a primeira vez que o Brasil recebe o Congresso Mundial de Arquitetos. Ele destaca que “o Rio é uma referência da arquitetura, sendo a terra de tantos arquitetos e paisagistas mundialmente conhecidos como Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx, Lucio Costa, que ajudaram a construir a paisagem urbana do Rio. A cidade é também uma referência de desafios contemporâneos para os arquitetos e de experiências positivas no campo do urbanismo, a exemplo dos programas de urbanização de favelas. Podemos dizer que o Rio sintetiza características encontradas em cidades não só do Brasil, mas de diversos países do mundo”.
O presidente do Comitê Executivo do 27º Congresso Mundial da UIA, Sérgio Magalhães, complementa:“arquitetos e urbanistas, acadêmicos, estudiosos e produtores de cultura de todo o mundo estarão reunidos no Rio de Janeiro em 2020 para chamar a atenção da sociedade e dos governos sobre questões urbanas de interesse global a fim de construir uma agenda positiva para os próximos anos. Conhecendo o valor e os desafios do espaço urbano, podemos alcançar respostas e soluções capazes de conduzir a um futuro mais justo”. (#Envolverde)