Por Júlio Ottoboni*
A segunda maior cidade do interior de São Paulo, fora da área metropolitana da capital, São José dos Campos deu início ao Plano Municipal de Arborização Urbana. As tempestades violentas, seguidas por vendavais, têm vitimado várias árvores em diversos estágios de seu desenvolvimento e vida, como também espécies tanto exóticas como nativas. Essa é uma das causas da urgência em se estabelecer um programa mais consistente de arborização.
O plano trará diretrizes para a arborização na cidade, como a definição de metas de plantio ou espécies indicadas para cada região e recomendações para adequações de equipamentos urbanos. O que inclui ainda parâmetros sobre espécies, padrão de mudas, técnicas e épocas para plantio, distanciamento da muda a ser plantada em relação aos elementos do entorno. Além de informações sobre manutenção das árvores, como técnicas de poda, transplante, remoção, controle fitossanitário e cuidados pós-plantio.
A primeira etapa da elaboração do novo planejamento foi concluída e seus resultados foram divulgados. O diagnóstico é a primeira fase para a construção do projeto e dá informações para o estabelecimento de diretrizes de planejamento, plantio e manejo das árvores na cidade.
O trabalho quantificou a cobertura arbórea da área urbana, por meio de análises de sensoriamento remoto e com a realização de um inventário de campo, realizado entre os meses de julho e setembro. O objetivo foi também mapear as áreas prioritárias para a arborização no município.
O estudo mostrou que existe uma cobertura de copa arbórea em 43,7% do perímetro urbano do município, o que representa 154 quilômetros quadrados. Se for considerada as calçadas, o índice de cobertura de copa arbórea é de 22%, cerca de 7,5m2 de copa por habitante.
Segundo a prefeitura local, esse índice se destaca em relação a outros municípios do Estado de São Paulo, conforme dados do Programa Município Verde Azul. Nos 2.581 quilômetros de calçamento dentro do perímetro urbano foram contabilizadas 80.595 árvores. Já no distrito de São Francisco Xavier, dentro da área urbanizada, foi feito o Censo Arbóreo. Foram computadas 770 árvores.
O inventário de campo gerou dados qualitativos que determinou a diversidade e a quantidade de árvores presentes nas ruas. Isso também servirá para estabelecer plantios adequados e inadequados, além de mostrar os principais problemas e conflitos com infraestrutura urbana. Outro aspecto foi às condições fitossanitárias das árvores, as necessidades de podas ou de substituição e o risco de queda de árvores.
Nas últimas tempestades o número de quedas de árvores, galhos e fraturas de troncos tem sido muito grande, principalmente na região central. As praças são muito antigas e suas árvores sofreram muito com os vendavais.
São José dos Campos tem por volta de 80 mil árvores localizadas em vias públicas, além de seus nove parques urbanos e praças e áreas verdes.
Outro dado relevante apresentado pelo estudo foi a análise da cobertura do solo, no qual se comparou a presença de copa arbórea em relação a outros elementos que retém calor no espaço urbano, como o asfalto e edificações.
A presença das árvores é fundamental para garantir conforto térmico nos bairros. A análise térmica mostrou a relação direta que existe entre bairros com maior e menor índice de arborização em vias públicas e a variação da temperatura de superfície. (#Envolverde)
