Por Sucena Shkrada Resk, para o 350.org –
“O meu foco é a luta pelo empoderamento das mulheres indígenas xinguanas. Também por mais espaço para as organizações indígenas que trabalham diretamente com suas bases, que têm experiências locais e alternativas de soluções para as mudanças climáticas”
A delegação da 350.org América Latina acompanhará e levará reivindicações à Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-25), que acontece entre 2 e 13 de dezembro em Madri, na Espanha, com convidados especiais que reforçam a importância dos povos indígenas no papel histórico de defensores climáticos. Neste grupo, estão representantes de diferentes povos e organizações indígenas que ecoarão suas vozes no contexto da arena das negociações climáticas entre as cerca de 200 nações. Conheça um pouco sobre uma dessas lideranças – Kaiulu Yawalapiti Kamaiurá, que é fundadora e presidente da pioneira Associação Yamurikumã das Mulheres Xinguanas, desde 2009.
Qual é a trajetória de Kaiulu Yawalapiti Kamaiurá?
Liderança feminina, tem incentivado o protagonismo feminino indígena das xinguanas, por meio de processos de formação e espaço de informações na Associação. A jovem indígena cursou o Programa Germinar de Desenvolvimento de Líderes e integrou, neste ano, a delegação do cacique Raoní Metuktire, em campanha no exterior para sensibilizar a comunidade internacional sobre as mudanças climáticas e o desmatamento da floresta amazônica. Kaiulu continua este ativismo aqui no Brasil, em campanhas sobre a prevenção ambiental e demarcação de terras indígenas
Quais são as causas que mobilizam Kaiulu Yawalapiti Kamaiurá?
“O meu foco é a luta pelo empoderamento das mulheres indígenas xinguanas. Também por mais espaço para as organizações indígenas que trabalham diretamente com suas bases, que têm experiências locais e alternativas de soluções para as mudanças climáticas”
Qual é a mensagem de Kaiulu Yawalapiti Kamaiurá rumo à COP-25?
“Quero expor a demanda aos 196 governantes sobre a necessidade de participação plena dos líderes indígenas nas proposições de soluções para as mudanças climáticas, porque os territórios indígenas já estão sendo afetados. Atualmente é mais necessário do que nunca que soluções e compromissos adotados tenham este princípio”.
Sobre a 350.org e as mudanças climáticas
A 350.org é um movimento global de pessoas que trabalham para acabar com a era dos combustíveis fósseis e construir um mundo de energias renováveis e livres, lideradas pela comunidade e acessíveis a todos. Nossas ações vêm ao encontro de medidas que visem inibir a aceleração das mudanças climáticas pela ação humana, que incluem a manutenção das florestas.
Desde o início, trabalha questões de mudanças climáticas e luta contra os fósseis junto às comunidades indígenas e outras comunidades tradicionais por meio do Programa 350 Indígenas e vem reforçando seu posicionamento em defesa das comunidades afetadas por meio da campanha Defensores do Clima. Mais uma vertente das iniciativas apoiadas pela 350.org é da conjugação entre Fé, Paz e Clima.
Sucena Shkrada Resk – jornalista ambiental, especialista em política internacional, e meio ambiente e sociedade, é digital organizer da 350.org Brasil
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