Uma reflexão no Dia Nacional de Trânsito: como seria um cenário ideal, sem mortes no trânsito no maior estado do país?
Neste sábado (25) se comemora o Dia Nacional de Trânsito. No encerramento da Semana Nacional de Trânsito, o Detran.SP propõe uma reflexão. Como seria um mundo ideal – e ainda distante – com zero acidentes e, consequentemente, zero óbitos nas vias públicas? De que maneira isso impactaria em atendimentos em hospitais e cemitérios por conta de acidentes no trânsito?
Para começar, o Estado teria mais recursos para investir em moradias populares. Quer ver? Dados do DATASUS indicam que, até o primeiro semestre de 2021, R$ 38,5 milhões foram gastos com internações relacionadas a acidentes de trânsito no estado de São Paulo. Com esse montante daria para construir 385 apartamentos para famílias de baixa renda pelo CDHU.
A utopia de um trânsito cordial também desocuparia as salas de fisioterapia da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, maior hospital para reabilitação de pessoas com deficiência física do Sistema Único de Saúde do estado de São Paulo. Dados de atendimentos relacionados a acidentes de trânsito na capital em 2020 foram de 7.233 atendimentos, envolvendo 483 pacientes.
Até agosto deste ano foram 8.053 acidentes e 515 pacientes. O número de sequelados é um pouco menor do que da média móvel de mortos pela Covid nesta quinta-feira, segundo o consórcio de veículos de imprensa. A maioria dessas vítimas é de homens, entre 15 a 39 anos, envolvidos em acidentes com moto. Aliás, o Estado amarga a triste marca diária de 5.2 mortos de motociclistas por dia. No município de São Paulo, o número é de 0.9 óbito por dia.
O impressionante é que o estado já teve uma redução significativa em relação aos últimos seis anos. Entre janeiro de 2015, quando o governo paulista lançou o Programa Respeito à Vida e lançou o sistema Infosiga, e agosto de 2021, houve uma diminuição de 1.383 mortes no trânsito paulista. O avanço equivale a salvar quase que a metade de inocentes que morreram no ataque terrorista do World Trade Center. No ranking das vidas que não foram perdidas durante esse período destaca-se a queda de óbitos entre os pedestres, que foi de 651.
A ausência de mortes no trânsito significa também uma rotina menos triste nos cemitérios. Ainda de acordo com o Infosiga, de janeiro a agosto deste ano, 3197 óbitos foram registrados no Estado de São Paulo. Ou seja, em 242 dias a média de óbitos no trânsito foi de 13,2 vítimas perdidas e famílias despedaçadas. (Detran-SP)