Moradores poderão entregar material reciclável que será usado como moeda de troca por produtos alimentícios, cursos, entre outros benefícios
Os moradores do Grajaú ganham nesta quinta-feira, 1º de junho, um novo espaço para trocar material reciclável por produtos alimentícios e de higiene pessoal, entre outros benefícios, como cursos e palestras. Esta é a proposta da so+ma, startup vencedora da primeira edição do BrazilLAB, um programa de aceleração de projetos inovadores. A Casa so+ma fica no Circo Escola Cedeca (Rua Ezequiel Lopes Cardoso, 333 – Grajaú – Travessa da Av. Belmira Marin).
A proposta é utilizar os resíduos como “moeda” de engajamento, estimular novos hábitos e criar um ambiente empreendedor nas comunidades de baixa renda. Por meio de um sistema de pontuação online, todos os resíduos recebidos são computados, transformados em pontos e trocados por produtos e serviços. De lá, o material recebido segue para a Cooperativa de Produção de Catadores Seletivos do Parque Cocaia (Cooperpac), o que ainda contribui para o trabalho dos cooperados locais, aumentando por volta de 30% a sua eficiência.
Os participantes também conseguem ter controle sobre a economia gerada em sua renda familiar e acesso a relatório sobre todo o impacto ambiental positivo causado. Além dos alimentos e produtos de higiene pessoal que são retirados no próprio posto de recebimento, a pontuação pode ser trocada por matrícula em curso de inglês; cursos de capacitação em tecnologia; curso de manicure, cabelereiro, corte e costura; clínica oftalmológica; e-commerce de óculos; e palestras de como melhorar seu currículo e falar em público.
A rede de vantagens é resultado de parcerias entre a so+ma e os próprios trabalhadores locais. “A partir da necessidade que a população tinha, a gente criou o so+ma vantagens, levando desenvolvimento socioeconômico para a região”, ressalta Cláudia Pires, idealizadora da startup.
A construção da Casa so+ma também levou em conta a redução dos impactos ambientais. Foram utilizadas cerca de 360 mil embalagens cartonadas na montagem da sua estrutura. Desde abril, o posto de recebimento já funciona em esquema de testes com 200 famílias cadastradas e 3 mil quilos de material coletado. Em dois anos, a meta é atingir a marca de 2 mil famílias inscritas e 15 mil quilos de material recebidos por mês.
Além da Casa no Grajaú, a so+ma também possui um posto no Capão Redondo que funciona desde 2015, e já conseguiu coletar mais de 50 mil quilos de resíduos. O objetivo agora é ampliar as parcerias do programa com prefeituras, para isso os idealizadores já estão em negociação com Salvador (BA) e Botucatu (SP).
A so+ma é uma iniciativa da empreendedora e publicitária Cláudia Pires, vencedora em 2016 do BrazilLAB. Esta foi uma das 11 startups selecionada na última edição do programa, que acelera ideias e conecta empreendedores com o poder público. Neste ano, o BrazilLAB está com inscrições abertas até 5 de julho. Podem se inscrever empreendedores que ofereçam soluções aos grandes desafios dos municípios brasileiros. Mais informações:https://www.brazillab.org.br/.
Sobre o BrazilLAB
É um programa do CLP (Centro de Liderança Pública), patrocinado pelo Bank of America Merrill Lynch, E.Bricks e Instituto Betty e Jacob Lafer. Entre os parceiros, conta com instituições como Fundação Brava, Comunitas, Endeavor, Start-Up Chile e Microsoft.
A inspiração para o programa de aceleração do BrazilLAB veio de iniciativas internacionais, como o Solve/MIT e o Mayors Challenge/Bloomberg Philanthropies. Esses programas estimulam a inovação, o intercâmbio e o diálogo entre acadêmicos, setor privado, empresários e setor público, visando à promoção de um espaço eficiente que permita o envolvimento da sociedade na busca de soluções.
O objetivo é estimular no Brasil uma cultura voltada para inovação na área pública. A iniciativa dá apoio a empreendedores engajados em soluções para os desafios mais complexos vividos pela sociedade atualmente.
(#Envolverde)