Sociedade

Universitários avaliam o sistema de ensino superior do Brasil

Pesquisa realizada pela Universia aponta que menos da metade dos alunos estão satisfeitos com o modelo de ensino adotado. Entre as maiores reivindicações está a adequação do método à inclusão da tecnologia e a falta de conexão com a realidade do mercado de trabalho.

São Paulo, 13 de julho de 2016 – Uma sala de aula tradicional com professores explicando determinado assunto é um método de ensino que não é mais suficiente para a nova geração de alunos. É preciso uma grande reforma que passe a integrar novas metodologias, técnicas e tecnologias ao meio acadêmico com o objetivo de modernizar e dinamizar o ensino. Tudo isso agregado aos métodos de investir na qualificação dos professores, destes desafiarem seus alunos, levá-los a campo e diminuir a distância entre o que se aprende e o que o mercado exige.

Essas são as medidas propostas não por um grupo de pedagogos, mas sim por 255 jovens que representaram a atual classe de ensino superior brasileira em uma pesquisa realizada com exclusividade pela Universia – maior rede ibero-americana de colaboração acadêmica. A pesquisa incluiu alunos de 80 instituições de ensino do país: públicas como USP, Unesp, Unicamp e a Universidade Estadual de Goiás, além de privadas como FGV, Anhembi Morumbi, Mackenzie, Senac e Belas Artes.

Entre os universitários da rede pública, 36% afirmaram estar satisfeitos com o modelo de ensino aplicado atualmente, e 45% dos alunos de instituições privadas disseram estar satisfeitos. Do total , 48% estão satisfeitos em parte e 10% não estão de acordo com o modelo que as universidades trabalham.

Dos respondentes, 23% acreditam que o método precisa ser revisto. “Precisamos de uma reforma urgente, uma revolução. Ter mais atividades práticas e colocar a mão na massa para aprender fazendo”, pontuou em resposta discursiva da pesquisa uma das alunas entrevistadas. Estes 23% citam ainda a inclusão da inovação, novas metodologias e o aumento do ensino à distância. “O futuro da educação no Brasil será a integração das tecnologias atuais ao meio acadêmico. É um campo que deve ser melhor explorado pois existem muitas possibilidades”, acredita outra aluna.

Atentos, os universitários notaram um maior acesso à educação superior devido a créditos facilitados, mas avaliam que a qualidade deste ensino está em queda, assim como a exigência de um aluno melhor preparado. Vinte por cento dos entrevistados dizem que é preciso ter mais foco na qualidade do ensino e reduzir as diferenças entre os ensinos público e privado.

Há ainda 12% que já entenderam que apenas o diploma da graduação não é suficiente para se diferenciarem no mercado de trabalho. “Certificações são mais valiosas que uma graduação”, diz um aluno. “O modelo aplicado hoje é estritamente limitado, quadrado e teórico, não desafia o estudante a pensar, a criar e a empreender e construir com os ensinamentos propostos. Grande parte dos formados chegam despreparados ao mercado de trabalho, principalmente em questões de capacidade de articulação, execução, participação e pró-atividade”, avalia um estudante.

Por último, a pesquisa mostra que 11% dos respondentes reconhece os investimentos feitos na educação, porém, os consideram insuficientes. Outra preocupação apontada nas respostas discursivas são os recentes cortes de investimentos na educação.

Debate – Para falar sobre as tendências na educação e debater este tema que é bastante complexo, a Universia promoveu o Seminário Inovação na Aprendizagem que aconteceu em São Paulo. O encontro reuniu dirigentes das mais renomadas instituições de ensino superior do País e, em um dos painéis, alunos de universidades que contribuíram para esta pesquisa participaram de um debate sobre as inovações que já são realizadas e as que eles acreditam que podem ser implementadas.

“Conseguimos promover um evento inspirador para todos os participantes. Trouxemos cases, dados, debates e antecipamos assuntos que com certeza ainda serão muito abordados na educação. Precisamos estar preparados e precisamos nos adaptar às necessidades e objetivos de cada aluno”, afirma Luis Cabañas, Diretor Geral da Universia.

Para Rogério Loureiro, curador do evento e Diretor de Inovação da Anima Educação, foi um momento de reflexão. “Depois deste seminário, saímos com o objetivo de termos as melhores ideias para a educação do País. Assistimos a várias inovações no processo de ensino-aprendizagem já apresentando bons resultados que serviu para nos motivar a buscar melhorias contínuas na educação e nas experiências para os nossos estudantes”, conclui.

Lista das instituições de Ensino Superior que participaram da pesquisa de Universia:

Anhanguera Educacional de São Paulo; BSP – Business School São Paulo; Carlos Drummond de Andrade; Estácio – Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo; Centro Universitário São Camilo; Centro Universitário Senac; CEUNSP – Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio – Salto/SP; EPD – Escola Paulista de Direito; ESAMC – Escola Superior Administração Marketing Comunicação; ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing; FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado; Fecap – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado; FAAT – Faculdades Atibaia; Faculdade Belas Artes; Faculdade Campo Limpo Paulista; Faculdade de Americana; Faculdade de Conchas; Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo; Faculdade de Jaguariúna; Faculdade de São Paulo; Fatec Piracicaba – Faculdade de Tecnologia Piracicaba – Deputado Roque Trevisan; Faculdade Impacta de Tecnologia; FMU- Faculdades Metropolitanas Unidas; Faculdade Morumbi Sul; Faculdade Sudoeste Paulista; Faculdade Sumaré; Faculdade Tijucussu; FAMESP – Faculdade Método de São Paulo; Fatec de Pindamonhangaba; FATEC-SP – Faculdade de Tecnologia de São Paulo; FEFISO – Faculdade de Educação Física; FEUSP – Faculdade de Educação da USP; FGV – Fundação Getúlio Vargas; Fiam Faam – Centro Universitário – Unifiam-faam; FIAP – Faculdade de Informática e Administração Paulista; FIP – Faculdades Integradas Paulista; Fundação Hermínio Ometto; Fundação Santo André; IFSP – Instituto Federal de São Paulo; Impacta; Instituto de Pesca; Instituto Mauá de tecnologia; Organização Paulista de Educação e Cultura Unipaulistana – Centro Universitário Paulistano; Paris-Sud – Universidade Paris XI; PUC Campinas – Pontifícia Universidade Católica de Campinas; PUC – SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; PUC Minas – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; UEG – Universidade Estadual de Goiás; UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; UFF – Universidade Federal Fluminense; UFSCar – Universidade Federal de São Carlos; UNA – Centro Universitário Uma; Unaerp – Universidade de Ribeirão Preto; Unesp – Universidade Estadual Paulista; UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas; UNICID – Universidade Cidade de São Paulo; Unifesp – Universidade Federal de São Paulo; Unifesp Eppen ( Escola Paulista de Economia, Política e Negócios); UNIFOR – Universidade de Fortaleza; UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba; Uninove – Universidade Nove de Julho; Uninter – Centro Universitário Internacional; UNIP – Universidade Paulista; Unisa – Universidade de Santo Amaro; UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unidade Campinas – São José); Universidade Anhembi Morumbi; Universidade Cruzeiro do Sul; Universidade de Guarulhos; Universidade de Mogi das Cruzes; Universidade Estadual de Campinas; Universidade Federal da Integração Latino-Americana; Universidade Federal do Pará; Universidade Ibirapuera; Universidade Metodista de Piracicaba; Universidade Metodista de São Paulo; Universidade Municipal de São Caetano do Sul; Universidade Presbiteriana Mackenzie; Universidade São Francisco; Universo – Universidade Salgado de Oliveira; UNIVESP – Universidade Virtual do Estado de São Paulo; Unopar – Universidade Norte do Paraná; USF – Universidade São Francisco; USJT – Universidade São Judas Tadeu; USP – Universidade de São Paulo; USP – ESALQ ( Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz); USP – Escola Politécnica; USP – Faculdade de Economia e Administração; USP – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas; e UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

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