por Dal Marcondes, da Envolverde –
A pobreza que assola os brasileiros não pode ser entendida como a pobreza do Brasil, somos um país rico que tolera a miséria de seus concidadãos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) criado pela Constituição de 1988 é o mais abrangente sistema de saúde pública universal entre os grandes países do mundo. Sua estrutura de compartilhamento de responsabilidades entre todos os entes de governança, governos Federal, Estaduais e Municipais consegue oferecer grande capilaridade ao atendimento. Ao mesmo tempo em que tem a capacidade de chegar a cada casa através dos agentes comunitários de Saúde, dos médicos da família e da UPAs – Unidades de Pronto Atendimento – é responsável pela maior parte dos atendimentos de alta complexidade realizados no país, tais como transplantes, intervenções cardíacas, oncologia e, principalmente, na atenção e salvamento de acidentados de todas as espécies, trânsito, queimados, tiros e o que mais vier.
Outro dado importante é que o SUS é responsável pelo SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – que atende em praticamente todo o Brasil e garante assistência médica e remoções em casos de emergência ou de transferências entre unidades de saúde. Podemos acrescentar também a oferta de medicamentos de uso contínuo para diabéticos, cardíacos, para pressão e muitos outros quando receitados pelos médicos do sistema. Todo esse atendimento é realizado sem que o beneficiário tenha de gastar um centavo sequer.
É normal vermos ataques sistemáticos à qualidade dos serviços prestados pelo SUS sem a necessária atenção às causas da má qualidade, como a falta de verbas, a falta de profissionais, a estrutura insuficiente e todos os vícios de um serviço abandonado pela Classe Média, que prefere deixar parte significativa de seus ganhos em planos de saúde a exigir que o atendimento do SUS seja de alto padrão. Isso acompanhado de um grande esforço das empresas de saúde privada em mostrar que são melhores, mas eficientes, mais limpos e, principalmente, mais bonitos.
Agora, durante a pandemia de COVID 19 estamos assistindo aos esforços dos profissionais do SUS em garantir o atendimento a todos que dele precisam, com profissionais que se afastam de suas famílias para poder atender a pessoas infectadas que oferecem alto risco à saúde daqueles que as tratam. O mesmo SUS que agora se mobiliza para vacinar milhões de pessoas de doenças como Sarampo, Gripe, Febre Amarela e mais um dicionário de enfermidades, e também tratando de pessoas com dengue, zica, chicungunha e outras doenças que só existem porque poder público e sociedade não fazem seus papéis para erradica-las.
Vida longa ao SUS, um sistema que salva vidas e que precisa ser compreendido como parte estrutural do processo de desenvolvimento do País. O SUS, a Previdência e a Assistência Social são parte de um grande todo que apoia o desenvolvimento do País em harmonia com a Educação, a Cultura e a Ciência.
O Brasil sem seu Sistema Único de Saúde (SUS) estará condenado às pandemias já debeladas entre seus colegas do G20. A pobreza que assola os brasileiros não pode ser entendida como a pobreza do Brasil. Somos um país rico que tolera a miséria de seus concidadãos. (#Envolverde)