O 9º Sustentar – Fórum Internacional pelo Desenvolvimento Sustentável, tradicional evento promovido pelo Instituto Sustentar, está com inscrições gratuitas abertas pelo site Sustentar 2016 O evento será realizado, este ano, no dia 18/10, na Fundação Dom Cabral (FDC), Alphaville, Nova Lima (MG) e no dia 1/10, pela primeira vez em São Paulo, na FDC, Vila Olímpia.
Para sensibilizar a sociedade e convidá-la a refletir sobre os impactos socioambientais dos modelos de desenvolvimento econômico vigentes, foi eleito, para essa edição, o tema central a “Nova economia para uma sociedade sustentável”. A abordagem vai nortear mais de 16 atividades, entre elas fóruns, painéis, Ranking de Tecnologias, Produtos e Serviços Sustentáveis 2016, workshops, mesas redondas, temas como mudanças climáticas, lançamento de projetos, intercâmbio entre “cases” de negócios sustentáveis, eficiência energética, agricultura sustentável, marketing de transformação, Agenda 2030, entre outros.
Confirmaram presença representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), do governo brasileiro, da iniciativa privada, CEOs, setores empresarial e industrial, pesquisadores, ONGs, acadêmicos, estudantes e civis, autoridades, lideranças.
Para colaborar com as metas governamentais de redução de gases de efeito estufa (GEE), os principais destaques serão o debate acerca das “Mudanças Climáticas” e o lançamento do Clima Fund Brasil, na esteira da ratificação do Acordo de Paris assinada pelo Brasil em setembro. O fenômeno pode gerar prejuízos socioeconômicos em torno de 2,5 trilhões de dólares nos ativos financeiros ao redor do mundo, caso a temperatura aumente 2,5 graus até 2100, de acordo com estimativas da London School of Economics and Political Science and Vivid Economics.
O programa ClimaFundBrasil foi criado pelo Instituto Sustentar para mitigar os impactos de queimadas, prevenção e combate a incêndios florestais nas áreas de Unidades de Conservação (UCs) brasileiras públicas e privadas – parques, estações ecológicas, reservas biológicas, Áreas de Proteção Ambiental (APA), entre outras – nas esferas federal, estadual e municipal.
“A queima da biomassa lança uma quantidade enorme de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Por esse motivo, é preciso discutir e traçar metas viáveis para mitigar os efeitos, prejudiciais a todos, e aderir com urgência às contribuições dos Recursos Florestais para cumprimento do Pacto Global, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da Agenda 2030”, afirma a diretora do Instituto Sustentar, Jussara Utsch.
Entre os principais conferencistas que participarão do Sustentar 2016 em São Paulo estão Kevin Moss, diretor Global do World Resources Institute (WRI), instituição internacional de pesquisa que transforma ideias em ações a partir da inter-relação entre o meio ambiente, oportunidades econômicas e bem-estar. O WRI atua em iniciativas de desenvolvimento de estratégias para alavancar o setor privado; auxilia as lideranças no campo da sustentabilidade empresarial e apoia a integração das perspectivas empresariais e impactos dentro de uma variada gama de programas.
Bill Ball, que participará do Fórum Estratégias, Tecnologias, Gestão para a responsabilidade Socioambiental em Belo Horizonte, estará na mesa mesa-redonda Marketing de Transformação,Sustentabilidade e Poder nas Organizações. O jornalista,biólogo e cientista político é âncora da maior rede de TV nacional dos EUA (PBS TV), apresentador e produtor de documentários premiados da Discovery Channel. Sustentabilidade e Poder nas Organizações. Conhecido em todo o mundo por estudar o ecoturismo sustentável e por receber 46 prêmios, inclusive no Emmy, Ball é protagonista da nova série Viagens Quest, ele contará, entre outros destinos, como foi a experiência no Brasil, com trechos inéditos de um documentário sobre a fauna de vários países. O lançamento do filme está previsto para 2017.
Outro palestrante de destaque em Belo Horizonte será Pedro Paulo Diniz, herdeiro de uma das mais ricas famílias do Brasil, que hoje vive e administra a Fazenda da Toca (Itirapina/SP), reconhecidamente um caso de sucesso de empreendimento voltado para a produção de orgânicos com as técnicas e práticas mais sofisticadas existentes. Diniz vai falar, durante o Fórum de Inovações e Estratégia, Tecnologia e Gestão para a Responsabilidade Social, sobre as possibilidades da Agricultura Sustentável e suas experiências. Atualmente, os produtos orgânicos de sua fazenda são os sucos de laranja, goiaba, manga e tangerina; além de ovos e molho de tomate.
Clima Fund Brasil
O Clima Fund Brasil, que tem como objetivo principal a prevenção e combate a incêndios em parques, Unidades de Conservação, APAs, entre e outras áreas suscetíveis no Brasil, está sendo desenvolvido pelo Instituto Sustentar e será apresentado no dia 18 de outubro, durante a edição em Minas Gerais, na Fundação Dom Cabral, no Alphaville- Nova Lima/MG. No dia 1 de novembro, o conselho do Clima Fund Brasil, formado por ambientalistas e especialistas do clima, governo, sociedade civil e setor corporativo,vai debater, durante o fórum na edição São Paulo (FDC-SP), os impactos do fogo e da emissão de gases de efeito estufa dos ecossistemas florestais dentro do cenário do aquecimento global a partir de proposições estabelecidas pelos membros.
A ideia central é contribuir para a mitigação das mudanças climáticas globais e assegurar financiamento diversificado para essas ações, além de promover a integração de moradores e empreendedores no tema; fomentar os conhecimentos e a capacitação para equipes especializadas e promover parcerias nacionais e internacionais e novas práticas e indicadores de sucesso do próprio Fundo.
Entre as inovações previstas para sua aplicação, estão o trabalho conjunto com o governo federal, por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), que delimitará as áreas a serem beneficiadas.Também haverá a criação e capacitação de equipes de resposta rápida, que contarão com os mais qualificados equipamentos e outros recursos para sua operabilidade e manutenção. Outro aspecto importante do projeto é o envolvimento da população local por meio de iniciativas como o pagamento por serviços ambientais em áreas críticas; parcerias com organizações mundiais, da sociedade civil, da academia, multilaterais e especializadas, de forma a garantir a constante troca de informações sobre o tema.
Ferramentas de comunicação serão aplicadas como pilares para a construção de sistemas de mobilização de recursos e de envolvimento de pessoas para a iniciativa, bem como a transparência das operações.
O Clima Fund Brasil está previsto para iniciar em 2017. De acordo com Douglas Trent, diretor Internacional do Instituto Sustentar e um dos idealizadores do programa, a iniciativa vai assegurar recursos financeiros e humanos, além de capacidade logística de apoio a equipes de brigadistas. “Assim ele vão conseguir chegar até os incêndios nos parques e terras que fazem fronteira com eles, em todo o território nacional.
Para começar, será feito um piloto em três parques nacionais,Parque Nacional da Serra do Cipó (MG), Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT) e Floresta Nacional de Roraima (RR) e Parque Estadual do Itacolomi (MG), com a conscientização das comunidades do entorno dessas áreas, capacitação e contratação de brigadistas e equipamentos.
Os recursos para financiamento das ações serão originados de uma combinação de fundos, sendo o endowment a modalidade principal. Este tipo de fundo consiste na captação de recursos para criação de um patrimônio perpétuo, cujos rendimentos poderão ser utilizados continuamente para as atividades a serem desempenhadas.
O professor Raoni Rajão, professor doutor e coordenador do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos conselheiros do comitê, vai falar sobre a importância dos mecanismos de pagamento por serviços ambientais para a concretização do Clima Fund. “O fogo é um insumo importante para a pecuária extensiva e agricultura familiar pois economiza mão de obra e possibilita o manejo de pasto e a abertura de novas clareiras. Sendo assim a redução das queimadas depende não só de ações punitiva mas também do incentivo a práticas mais sustentáveis em regiões vulneráveis”.
Outra importante contribuição será a palestra do professor e físico José Goldemberg (SP), presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP),presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomércio, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Paulista de Letras. Durante a abertura da apresentação do conselho em São Paulo, ele vai discutir o aquecimento de 1,5ºC do planeta e os impactos do Fogo e a emissão de gases de efeito estufa dos ecossistemas florestais no aquecimento global.
O ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) já exerceu os cargos de Ministro da Educação, Secretário de Ciência e Tecnologia e Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
“Países como Peru, México, Equador e Costa Rica já praticam fundos como este operando em trabalhos para conservação da natureza, instalados em uma época quando a preocupação prioritária estava na proteção da biodiversidade. Hoje em dia, sabemos que se não reduzirmos a emissão de gases de efeito estufa, o aquecimento global trará prejuízos irreversíveis para o meio ambiente. Neste caso, a melhor forma de protegermos a biodiversidade é não deixando o planeta ferver”, enfatiza Trent.
Feira Sustentar de Tecnologias Sustentáveis
Na edição de Belo Horizonte (18/10), será realizada paralelamente ao Fórum a Feira Sustentar de Tecnologias Sustentáveis, com novidades de produtos e inovações que demonstram bons resultados das práticas sustentáveis em negócios de naturezas diversas.
Autoridades, diretores, gerentes, técnicos e representantes de empresas, Representantes e técnicos do setor governamental (Ministérios, Secretarias de Estado e Municipais, Prefeituras, Ibama, IcmBio, Gestores de ONG’s e associações de classe, Representantes do setor acadêmico – gestores, professores universitários e alunos de universidades (bacharelado, pós-graduação e MBA’s), Lideranças regionais, profissionais atuantes nos setores correlatos e especialistas e empresários envolvidos.
A feira vai ter um estande onde serão distribuídas gratuitamente mudas de árvores em extinção. Haverá medição da pegada de carbono durante todo o evento com a Way Carbon.
Também durante a feira será lançado o livro “A Espiral da Morte- Como a Humanidade Alterou a Máquina do Clima (Companhia das Letras, 2016) de Cláudio Ângelo. O autor, um dos mais respeitados jornalistas de ciência do Brasil- atua na Folha de S. Paulo e no Observatório do Clima- passou os últimos quinze anos acompanhando o debate em torno das mudanças climáticas.
O livro conta a história do aquecimento global a partir do ponto de vista de duas de suas vítimas iniciais: o Ártico e a Antártida, os radiadores da imensa máquina do clima da Terra. De acordo com a publicação, as alterações climáticas nessas duas regiões no último século, sobretudo nas últimas décadas, aproximam-se do nível crítico e têm implicações sociais, geopolíticas, econômicas e culturais profundas, mesmo para a imensa maioria da população mundial que vive longe dos polos.
A diretora do Sustentar, Jussara Utsch, destaca que a iniciativa é uma oportunidade para quem quer apresentar produtos, tecnologias e serviços. “Além disso, é possível demonstrar os resultados das práticas sustentáveis e fechar negócios nessa área”.
Ranking de Tecnologias e Produtos Sustentáveis
O Ranking de Tecnologias, Produtos e Serviços Sustentáveis, em sua quarta edição, será anunciado no dia da abertura do Sustentar 2016, em Belo Horizonte. Os três primeiros colocados receberão o título de reconhecimento por suas boas práticas de sustentabilidade no cenário empresarial brasileiro em três categorias: produtos, serviços e inovação sustentável.
A iniciativa do Instituto Sustentar em parceria com a Way Carbon visa identificar, avaliar e difundir inovações sustentáveis realizadas por organizações privadas, públicas e do terceiro setor.
Em seu quarto ano de realização, o Ranking coleciona exemplos bem-sucedidos de inovações em produtos, serviços e iniciativas que geraram impactos positivos para suas organizações e para a sociedade.
Um dos palestrantes do fórum será Henrique Pereira, cofundador da Way Carbon, estará presente durante a premiação do ranking. Na ocasião, as organizações poderão debater os meios e ferramentas para o desenvolvimento de iniciativas sustentáveis, que servirão de referência para outras empresas, que poderão adotar ou adaptar tecnologias que já são modelos eficazes de sustentabilidade corporativa. O debate faz parte da programação do Sustentar 2016.
De base tecnológica, a Way Carbon fornece soluções para a mitigação e adaptação dos setores público e privado às mudanças climáticas, inclusive de pegada e precificação de carbono.Com dez anos de atuação profissional, o especialista acumula experiências na América Latina e África.
De acordo com o presidente do conselho do Instituto Sustentar, Roberto Fagundes, a elaboração da iniciativa envolve critérios como utilização racional de recursos naturais e de matérias-primas e insumos verdes, métodos de produção sustentável, inovação, criatividade, dentre outros. “O ranking colabora para que as empresas possam ter uma ferramenta de benchmarking para buscar modelos sustentáveis para seus produtos e serviços. Além disso, ele reforça a questão da produção e do consumo sustentável na sociedade”, afirma. (#Envolverde)