Ambiente

Quase 50 toneladas de resíduos plásticos e redes de pescas são recolhidas na maior área de proteção marinha do planeta

por Suzana Camargo, Conexão Planeta – 

Monumento Nacional Marinho de Papahānaumokuākea é uma reserva de conservação criada em 2006 e declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco por sua importância ambiental e cultural. A extensa área contínua de 360 mil km2 compreende uma região ao norte do arquipélago do Havaí, nos Estados Unidos, onde estão situadas diversas ilhotas, atóis e recifes de corais, que são habitat de mais de 7 mil espécies, muitas ameaçadas de extinção.

Em 2016, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quadruplicou o tamanho da área protegida, criando assim, o maior parque de proteção marinha do planeta, com 1,5 milhão de km(leia mais aqui).

Mas apesar de ser o arquipélago mais remoto e distante do mundo, está a mais de 2 mil km de distância de Honolulu, este paraíso natural, lar de tantas espécies da vida selvagem, não consegue escapar do impacto do descarte de resíduos realizado pelos seres humanos.

Durante 23 dias, a equipe do Papahānaumokuākea Marine Debris Project (PMDP) navegou por mais de 16 km ao longo de várias ilhas e atóis para fazer a coleta de lixo. Como resultado da jornada de limpeza, feita entre o final de março e meados de abril, foram recolhidas 47 toneladas de resíduos, em sua grande maioria, embalagens plásticas redes de pesca.

Logo nos primeiros dias da expedição, o time se deparou com uma foca que tinha linhas de rede de pesca envolta de sua cabeça e corpo (na imagem abaixo). Cuidadosamente, eles conseguiram remover o material e liberar o animal.

Em seu perfil no Instagram, o Papahānaumokuākea Marine Debris Project ressaltou porque iniciativas como esta são tão importantes. Em apenas 2,5 anos desde a última limpeza, uma das áreas visitada foi inundada com uma concentração tão alta de redes de pesca abandonadas que deixou até os membros mais antigos da tripulação chocados.

“Em mais de 14 anos vindo para Midway, nunca vi tantas redes concentradas em uma área tão pequena. Vimos rede após rede após rede enquanto caminhávamos pela praia, com focas adultas e filhotes em contato direto com elas”, afirmou Kevin O’Brien, presidente do PMDP.

Ele destacou que é nossa responsabilidade proteger a vida selvagem e os preciosos ecossistemas de Papahānaumokuākea da poluição humana. “O que a equipe testemunhou em Midway é um testemunho do fato de que precisamos fazer melhor, e através de todos nós trabalhando juntos como uma comunidade, podemos.

Anualmente o Papahānaumokuākea Marine Debris Project realiza uma expedição de limpeza no arquipélago. Estima-se que mais de 6 toneladas de redes de pescas “fantasmas” (descartas no mar pela indústria pesqueira) acabem indo parar nos recifes de corais e nas areais de suas praias.

Abaixo, mais registros impressionantes do trabalho feito em Papahānaumokuākea:

Fotos: divulgação Papahānaumokuākea Marine Debris Project /Matt Chauvin

 

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.

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