ODS17

Startup do setor de logística reversa faz novas parcerias com projetos voltados para reciclagem

Dados sobre recuperação de resíduos do Programa Dê a Mão Para o Futuro e Instituto Muda serão verificados pela Central de Custódia

Fundada em agosto último para atuar como uma verificadora independente de informações da cadeia de reciclagem de embalagens pós-consumo com o objetivo de conferir mais segurança, transparência e precisão sobre essas informações, a startup Central de Custódia segue ampliando sua presença no mercado de logística reversa. Somente neste mês de dezembro, a empresa tornou-se parceira do projeto “Dê a Mão para o Futuro – Reciclagem, Trabalho e Renda” e do Instituto Muda, que se dedicam à reciclagem de resíduos sólidos como embalagens de aço, plástico e vidro, entre outros. A Central de Custódia consolidará os dados que serão incluídos em sua plataforma por essas iniciativas como parte do acordo de parceria, assim como já faz com entidades como o Programa Recupera de Logística Reversa, Programa ViraSer e a startup Valora Recicláveis.

O programa “Dê a Mão para o Futuro” foi criado em 2006 pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e hoje conta com a parceria da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI) e da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (ABIPLA). São 191 empresas associadas, comprometidas com o objetivo de viabilizar a reciclagem de embalagens pós-consumo por meio da ampliação e melhoria de toda a cadeia de logística reversa, da coleta à comercialização, reduzindo o volume destinados aos aterros.  Somente entre 2013 e 2020, o Programa DAMF recuperou mais de 800.000 toneladas de massa,  o que o torna líder no setor, com atuação em 21 estados. Além disso, o DAMF desenvolve ações destinadas a apoiar programas de geração de trabalho e renda, promovendo a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida dos catadores de materiais recicláveis, abrangendo cerca de 150 cooperativas e mais de 6 mil trabalhadores.

Já o Instituto Muda atua desde 2009 com o objetivo de promover práticas sustentáveis nos condomínios residenciais da cidade de São Paulo por meio da gestão de resíduos. A empresa entende que materiais descartados são fonte potencial de matéria-prima para fabricação de outros produtos e reaproveitá-los traze benefícios sociais, ambientais e econômicos para toda a sociedade. Até o momento, o Instituto Muda já implementou e organizou a coleta seletiva em mais de 350 condomínios da capital paulista, sensibilizando e conscientizando mais de 170.000 moradores e 60.650 funcionárias e funcionários dos condomínios. Atualmente, destina corretamente mais de 350 toneladas mensais de materiais recicláveis às cooperativas e já foi considerada uma das 20 práticas brasileiras referência em educação ambiental pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), um dos três melhores projetos brasileiros pela ONG Ashoka, convidada para apresentar o case MIT em Boston (EUA) e um dos três melhores projetos da América Latina pela ONG Euforia, com apresentação do case em quatro países da Europa.

Para Fernando Bernardes, Diretor de Operações da Central de Custódia, a consolidação de parcerias entre entidades e um verificador independente mostra como o setor de logística reversa de embalagens está se desenvolvendo no Brasil, ainda que haja muito a avançar. “Hoje, há uma consciência muito mais clara de que esse segmento precisa que seus dados sejam precisos e confiáveis para que exista um cenário mais bem definido sobre o que o Brasil efetivamente recicla de embalagens. Por isso mesmo, sabemos também que ainda há muito trabalho a ser feito nesse sentido, pois o setor precisa organizar suas informações para isso, o que também irá beneficiá-lo para comprovar os esforços que tem feito para incentivar a economia circular e sustentabilidade, que é um fator muito importante para implementarem suas agendas de ESG e cumprirem com os requisitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O ponto positivo do cenário atual é que a verificação independente desses dados vem sendo entendida como um fator muito importante nesse processo como podemos ver pelas parcerias que já temos e representam um total de cerca de 350 mil toneladas recicladas em nossa base de dados, além de outras que estamos prospectando. Acredito que em 2022 novas entidades irão atuar em conjunto conosco e seguiremos desenvolvendo o setor”, explica ele.

#Envolverde