Por CicloVivo –
Com a pandemia, muitos funcionários passaram a ir ao trabalho de bike para fugir das aglomerações dos ônibus.
O uso de bicicleta já era indicado para deslocamentos por gerar benefícios à saúde e à mobilidade urbana, mas ganhou ainda mais relevância durante a pandemia. Com a preocupação com as aglomerações provocadas pelo transporte coletivo, e o aumento no preço dos combustíveis, as bicicletas passaram a ser ainda mais indicadas como alternativa para se mover pela cidade. Segundo estudo publicado no British Medical Journal, ir ao trabalho de bicicleta representa um risco de morte por alguma doença grave, como diabetes e do coração, 41% inferior em comparação com quem faz o deslocamento de carro ou em transporte público.
Os benefícios incentivam empresas a adotarem estratégias para a prática e dar mais conforto para quem vai ao trabalho com as bikes. Na GPL Incorporadora, por exemplo, um grupo de trabalhadores se uniu para construir um bicicletário com peças descartadas dos canteiros de obras. De acordo com a coordenadora de segurança do trabalho e ações sustentáveis da GPL, Danielle Alves, a ideia de implantar o bicicletário surgiu ainda em 2020, já no período da pandemia.
“Percebemos que muitas pessoas passaram a vir de bicicleta para fugir das aglomerações dos ônibus. Depois, a gasolina ficou mais cara e outras pessoas passaram a deixar o carro ou a moto em casa para economizar”
Danielle Alves, coordenadora de segurança do trabalho
Tais situações, levaram à necessidade de um local para guardar as bicicletas. “Decidimos fazer esse espaço com materiais reaproveitados das obras e espalhar algumas frases de incentivo para que os trabalhadores passassem a usar a bicicleta por questões de saúde e evitar o transporte coletivo”, explica Danielle, que ainda destaca que o principal material usado para a construção do espaço foram as sobras de aço.
Foto Divulgação
Um dos beneficiados foi o eletricista Mário Sérgio, que há mais de 1 ano optou por ir de bicicleta para o trabalho por conta dos cuidados com a saúde.
“Antes eu gostava de jogar futebol, mas acabei ficando sem tempo para praticar. Foi quando achei interessante ir e voltar do trabalho de bicicleta para deixar meu corpo em forma”
Mário Sérgio, eletricista
O trabalhador pedala cerca de 16 km por dia do Jardim Bela Vista até o canteiro de obras do Talk Marista, localizado no Setor Marista, em Goiânia. O eletricista ainda destaca que a construção do bicicletário auxilia a manter a organização no ambiente onde ficam as bicicletas.
Eletricista Mário Sérgio vai de bicicleta ao trabalho | Foto: Arquivo pessoal
“Antes de começar, o pintor me pediu algumas sugestões e pensei em fazer as faixas coloridas, representando algo importante no trânsito, como as faixas de pedestre”, destaca. Apesar de não ir de bicicleta para o trabalho, ele ficou feliz em ajudar durante o processo de pintura.
“Foi a primeira vez que participei de uma ação que busca ajudar diretamente meus colegas e, sempre que aparecer algo que estiver ao meu alcance, irei auxiliar”
Antônio Artur Pereira de Matos, almoxarife
Expansão
Danielle afirma que o bicicletário foi finalizado em novembro, mas deve passar por um novo processo de expansão diante do aumento do número de pessoas que passaram a adotar a prática e do crescimento do ritmo de obras do residencial, o que motivará a contratação de mais trabalhadores. Até mesmo os funcionários mais recentes da construtora já aderiram à bicicleta.
O porteiro José Maria Neto Veiga está há três meses na empresa e já aprovou a medida.
“Eu sempre vou ao trabalho de bicicleta porque faz muito bem para a minha saúde. Os ônibus, além das aglomerações, demoram muito e, mesmo pedalando 18 km por dia, chego em casa mais rápido”
José Maria Neto Veiga, porteiro
Veiga usa a bicicleta para se deslocar há cerca de 20 anos e, atualmente, mora no Capuava, próximo ao terminal de ônibus do Padre Pelágio, em Goiânia.
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