Por ClimaInfo –
Os chineses confirmaram a promessa do presidente Xi Jinping no ano passado de perseguir a neutralidade de carbono até 2060 e atingir o pico de emissões até 2030. Mas logo na abertura, o documento diz que busca o equilíbrio entre desenvolvimento e redução de emissões, entre imperativos globais e locais e entre considerações de curto e de longo prazo. As duas principais metas numéricas para 2025 seguem as mesmas: reduzir o consumo de energia por unidade de PIB em 13,5% e reduzir as emissões, também por unidade de PIB, em 18%, ambas relativas a 2020. E, até lá, as fontes não-fósseis suprirão 20% da demanda de energia. Até 2030, elas suprirão 30% da demanda. Um dos pontos que chamam a atenção é o documento se referir à neutralidade de carbono, que diz respeito apenas às emissões e remoções de CO2, não incluindo os outros gases de efeito estufa. Outro ponto é que, de um lado, esta neutralidade será atingida até 2030. Mas, de outro, o documento diz que as fontes não fósseis responderão por, no mínimo, 80% da demanda. Para compatibilizar as duas, terão que remover muito dióxido de carbono da atmosfera.
A notícia saiu na Bloomberg, CNN, Independent, Sky e na Reuters.
A China é cada vez mais o maior emissor do planeta. A Bloomberg deu uma longa matéria a respeito. Por exemplo, as emissões chinesas de CO2 em 2019 foram praticamente as mesmas dos 4 países seguintes na classificação (EUA, Índia, Rússia e Japão). A maior corporação siderúrgica do mundo, a China Baowu, emitiu mais CO2 em 2019 que países como o Paquistão.
Em tempo:
Reduzir emissões é especialmente desafiador em países onde usinas a carvão têm peso na matriz elétrica, como muitas nações do Sul e do Sudeste da Ásia. A SCMP deu uma matéria sobre o difícil caminho que o Vietnã terá que percorrer para se descarbonizar. Ela aponta que os maiores consumidores de eletricidade são as indústrias que mais riqueza trouxeram ao país: a manufatura e a construção. Mexer na matriz significa mexer diretamente no PIB.
O Brasil tem a dupla moleza de uma matriz elétrica menos fóssil e, acabando com o desmatamento, cortar pela metade suas emissões, sem impactar o PIB.
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