Multinacional vai inventariar as emissões de CO² de sua frota de veículos no Brasil e compensar os gases gerados por meio do plantio de espécies nativas
Dando novos passos rumo ao cumprimento de suas metas de sustentabilidade para 2030, a Kimberly-Clark, multinacional norte-americana de bens de consumo, aderiu a projeto que visa a neutralização de parte da sua pegada de carbono. Chamado de Carbon Free, o programa é oferecido pela locadora Movida, parceira da Kimberly-Clark, e tem como objetivo neutralizar 100% do CO² emitido pela frota de veículos usada pela companhia no Brasil.
A iniciativa vai ao encontro da meta da empresa de reduzir, nos próximos 10 anos, a pegada de carbono de suas operações e da cadeia de suprimentos de suas marcas em 50% para emissões absolutas de GEE (gases do efeito estufa). O compromisso também inclui uma redução de 20% nas emissões absolutas de GEE de produtos e serviços adquiridos e o tratamento de fim de vida útil de produtos vendidos. Esses compromissos estão alinhadas com as metas do Acordo Climático de Paris.
A primeira etapa do projeto Carbon Free já está em andamento e tem como objetivo fazer um levantamento das emissões de CO² que são geradas pelos cerca de 330 carros usados pela companhia, distribuídos entre a frota comercial utilizada pelo time de vendas e os veículos usados por executivos. O processo vai calcular, ao longo de quase um ano, qual é o volume de CO² proveniente da queima de combustíveis fósseis no dia a dia do deslocamento dos veículos.
Com esse levantamento em mãos, a companhia vai iniciar a segunda etapa do projeto: junto com a Movida e com a Fundação Black Jaguar, vai planejar o plantio de mudas nativas que vão neutralizar as emissões geradas pela frota.
Todo o processo de neutralização gera benefícios em diversas esferas. Quem explica é a Coordenadora de Sustentabilidade da Movida, Livia Friseira: “projetos de reflorestamento vão muito além do sequestro de carbono, eles promovem a recuperação da biodiversidade local (afetada pelo desmatamento) e a geração de emprego e renda local (necessário para execução do plantio).”
A estimativa inicial é que cerca de 18 mil árvores serão plantadas nos próximos anos com o objetivo de neutralizar as emissões da frota. As espécies de árvores que serão cultivadas pertencem ao bioma nativo da região do Santana do Araguaia, no Pará, que fica em uma zona de transição entre Amazônia e Cerrado. A região faz parte de um dos maiores corredores de biodiversidade do mundo e que atualmente tem alta concentração de passivo ambiental.
Preservação da Mata Atlântica
Também pensando na proteção das florestas e da biodiversidade, a Kimberly-Clark criou, em 2012, o Centro de Referência Socioambiental Mata Atlântica (CRSMA) no terreno do seu Centro de Distribuição da cidade de Mogi das Cruzes (SP), onde foram plantadas 12 mil mudas de árvores nativas. Por meio de parcerias com universidades da região, o projeto vem fomentando a recuperação da vegetação local e trabalhando no mapeamento de animais originários da mata atlântica. Desde a criação do CRSMA, já foi identificada a presença de 19 espécies, sendo que algumas delas estão em extinção ou classificadas como “quase ameaçada”. O retorno desses animais para a região indica uma boa recuperação da vegetação local.
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