Para quem não se lembra, o Niño aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico. Isso altera a atmosfera, podendo gerar secas severas na Oceania, inundações na América do Sul e furacões na América do Norte, dependendo da força do evento.
Já a existência da Niña, conheci no contexto da cobertura de tempo e temperatura da TV. Descobri já adulto que promovia o efeito inverso do fenômeno anterior, resfriando o Pacífico equatorial. Desde então, os imaginava como irmãos com personalidades diferentes.
No ano passado, o Niño parece ter entrado na adolescência, com os hormônios à flor da pele. Causou chuvas torrenciais na América do Sul, inundações significativas no Peru e no Equador. No sudeste asiático e na Austrália, trouxe secas severas, afetando a produção agrícola.
Já a Niña gerou seca na América do Sul, chuvas e inundações na Oceania. Isso provocou escassez de água em regiões que haviam sofrido inundações! Na Austrália e no Sudeste Asiático, fez chover além do normal do período.
Ambos os fenômenos fazem parte do ciclo conhecido como Oscilação Sul-El Niño (ENSO). O que se nota é que mudanças climáticas podem estar influenciando os Niños de forma diferente. Enquanto o garoto pode se tornar mais frequente e intenso, sua irmã vai resfriar o oceano proporcionalmente menos que em outros anos, segundo modelos matemáticos.
A força ou fraqueza dos Niños têm impactos profundos na agricultura, recursos hídricos e ecossistemas ao redor do mundo. Mas parece que as crianças não estão mais para brincadeira, e a sociedade precisa se preparar para seus efeitos.