ODS 13

Os Niños não estão mais para brincadeira

𝗘𝗱𝘀𝗼𝗻 𝗖𝗮𝗽𝗼𝗮𝗻𝗼 - Eu estava na aula de Geografia da escola quando ouvi falar pela primeira vez do fenômeno El Niño. Naquele momento, ainda criança, imaginava uma entidade da natureza que fazia chover, como um Curupira do clima.

Os Niños não estão mais para brincadeira

Para quem não se lembra, o Niño aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico. Isso altera a atmosfera, podendo gerar secas severas na Oceania, inundações na América do Sul e furacões na América do Norte, dependendo da força do evento.

Já a existência da Niña, conheci no contexto da cobertura de tempo e temperatura da TV. Descobri já adulto que promovia o efeito inverso do fenômeno anterior, resfriando o Pacífico equatorial. Desde então, os imaginava como irmãos com personalidades diferentes.

No ano passado, o Niño parece ter entrado na adolescência, com os hormônios à flor da pele. Causou chuvas torrenciais na América do Sul, inundações significativas no Peru e no Equador. No sudeste asiático e na Austrália, trouxe secas severas, afetando a produção agrícola.

Já a Niña gerou seca na América do Sul, chuvas e inundações na Oceania. Isso provocou escassez de água em regiões que haviam sofrido inundações! Na Austrália e no Sudeste Asiático, fez chover além do normal do período. 

Ambos os fenômenos fazem parte do ciclo conhecido como Oscilação Sul-El Niño (ENSO). O que se nota é que mudanças climáticas podem estar influenciando os Niños de forma diferente. Enquanto o garoto pode se tornar mais frequente e intenso, sua irmã vai resfriar o oceano proporcionalmente menos que em outros anos, segundo modelos matemáticos.

A força ou fraqueza dos Niños têm impactos profundos na agricultura, recursos hídricos e ecossistemas ao redor do mundo. Mas parece que as crianças não estão mais para brincadeira, e a sociedade precisa se preparar para seus efeitos.