O impulso dos negócios para medir os impactos da natureza e da biodiversidade está crescendo rapidamente, de acordo com novos dados do CDP divulgados hoje, enquanto os governos se reúnem na Colômbia para a COP16. Para a implementação e o sucesso do Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (GBF) definido na COP15, a divulgação é um fator fundamental, e os dados do CDP são essenciais para garantir que as metas do acordo sejam alcançadas.
No ano seguinte à adoção do GBF em 2022, frequentemente chamado de Acordo de Paris para a natureza, as divulgações relacionadas à natureza feitas para o CDP cresceram de forma constante, com um aumento de 43% no número das empresas que divulgam dados sobre biodiversidade, 23% de aumento em água, e 10% de crescimento emflorestas. Na América Latina, no mesmo período, o porcentual de organizações que reportam dados sobre água foi 12% maior, e 30% maior com relação a florestas.
A meta 15 do acordo global de biodiversidade pede aos governos que tornem obrigatória a divulgação corporativa, e os dados do CDP mostram que milhares de empresas já estão começando a divulgar essas informações ao mercado.
A análise também mostra um aumento de 20% no número de empresas (cerca de 1800) avaliando o impacto que suas cadeias de valor têm sobre a biodiversidade, demonstrando ainda mais o crescente impulso no sentido da transparência e responsabilidade.
Além da biodiversidade, a gestão da água doce também está ganhando força, com um crescimento de 24% no número deempresas avaliando suas dependências de água de 2022 a 2023. Isso contribuiu para uma redução correspondente de 22% no uso corporativo de água, mostrando que a transparência pode gerar ações tangíveis de segurança hídrica.
Apesar das tendências positivas na divulgação, o crescente banco de dados corporativo do CDP sobre a natureza também revela lacunas na compreensão e nas ações das empresas. Menos de 10% das empresas avaliam sua dependência em relação à biodiversidade, apesar de estimativas indicarem que a perda de biodiversidade custa entre US$ 4 e US$ 20 trilhões por ano à economia global.
Os dados do CDP também destacam uma resposta lenta na compreensão e no enfrentamento dos riscos financeiros relacionados à natureza. Embora muitas empresas já tenham identificado riscos corporativos relacionados à água e às florestas, somente cerca de metade desses riscos relatados inclui um valor de impacto financeiro. Apenas uma pequena minoria de bancos e investidores afirmou financiar soluções baseadas na natureza (17%) ou atividades agrícolas sustentáveis (23%). Além disso, uma pesquisa recente do CDP e da WWF sobre os bancos sistemicamente importantes do mundo descobriu que mais da metade não envolve seus clientes em questões relacionadas à natureza.
No entanto, como sinal do crescente interesse dos investidores em financiar ações para a biodiversidade, 11 grandes investidores institucionais franceses estão lançando um novo fundo de € 100 milhões na COP16. O fundo inédito utilizará dados de biodiversidade do CDP para investir em empresas que oferecem soluções para reduzir a perda de biodiversidade, além daquelas de setores de alto impacto que apresentem sinais credíveis de transição.
Sherry Madera, CEO do CDP, disse: “A natureza sustenta toda a nossa economia, portanto, todas as empresas devem entender como dependem dela, quais são os riscos e agir rapidamente. Nossos dados mostram que cada vez mais empresas estão se conscientizando disso, trazendo a natureza para as salas de reuniões. Dados sólidos são fundamentais para atingir as metas de 2030 e promover mudanças em toda a economia. Na posição de plataforma global de dados, o CDP tem impulsionado informações comparáveis sobre biodiversidade há mais de 15 anos, e sabemos como a divulgação leva a decisões melhores. O Quadro Global de Biodiversidade destaca corretamente o papel da divulgação corporativa em ações. Na COP16, os governos precisam usar esses dados em seus planos nacionais, estabelecer um rastreamento eficaz e recompensar as empresas que estão liderando o caminho”
Eva Zabey, CEO da Business For Nature, disse: “Chegar a um acordo sobre a avaliação e a divulgação obrigatórias da natureza na COP15 da CBD foi um momento histórico, mas agora vem a parte difícil. Enquanto as empresas estão adotando lentamente práticas positivas que favorecem a natureza está significativamente atrasado estratégias relacionadas, o progresso em relação à natureza fica significativamente atrasado em comparação com as ações climáticas. Os dados do CDP de hoje confirmam isso e destacam o risco que as empresas continuam a enfrentar ao falharem em avaliar suas dependências em relação à natureza. Na COP16, precisamos ver governos e empresas acelerarem o ritmo. Os governos devem introduzir regulamentações e políticas ambiciosas que desbloqueiem a ação corporativa em prol da natureza. Para as empresas, a boa notícia é que há orientações acessíveis e simplificadas para relatar seu impacto e suas dependências relacionadas à natureza por meio do CDP, garantindo que estão contribuindo para uma economia que favorece a natureza.”