Por Lena Miessva* –
Conheça EVOA, parque ecológico em Portugal que pratica a autossustentabilidade
Próximo a Lisboa há um santuário ambiental que muitos turistas desconhecem e, talvez, também portugueses. É o EVOA – Espaço de Visitação e Observação de Aves – que fica na Reserva Natural do Estuário do Tejo, localizado no centro da mais importante zona úmida de Portugal, tem cerca de 250 espécies de aves nesse período o ano. Esse número sobe para cerca de 3 mil espécies que migram para o estuário nos primeiros meses do ano. O parque EVOA é gerenciado há oito anos pela Companhia das Lezírias, uma empresa privada com 186 anos, cujo acionista é o governo português. Dos 70 hectares, 33 são ocupados por lagoas de água doce, utilizadas como área de refúgio ou de nidificação.
Conheci recentemente esse lugar em que a cultura do arroz convive em harmonia com espaços amplos, dedicados à preservação da avifauna local e à disseminação do conhecimento por meio de quatro observatórios nas lagoas, três abrigos de fotografia estrategicamente colocados, dois pontos de observação camuflados e um Centro de Interpretação.
O EVOA atua em três frentes (veja diagrama abaixo): conservação, aprendizagem e lazer. As três frentes se interconectam na educação ambiental e no ecoturismo e em outras atividades, há interconexão entre duas frentes. Na frente de conservação, o foco é oferecer para as espécies um refúgio das marés, local para seus ninhos e para muda protegida.
No lazer, os visitantes têm cinco quilômetros de percursos em volta das lagoas, as visitas guiadas diárias com recurso dado de telescópios, binóculos e guias, e a visita à exposição permanente EVOA, Onde o Mundo Encontra o Tejo. A capacidade do parque é para receber até 120 visitantes.
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Na frente de aprendizagem, o EVOA oferece estágios e oportunidade para teses de mestrado a universidades, como estudo das populações de aves que utilizam as lagoas, a flora ou fauna a elas associadas. Os trabalhos desenvolvidos contribuem para a melhor gestão das lagoas e aplicação de conceitos em outros locais de conservação. Para os alunos de escolas, há uma abordagem holística e programa educativo adequado às metas curriculares e, finalmente, para os professores, uma formação acreditada e apoio antes, durante e após as visitas. Nos últimos dez anos, o EVOA já recebeu mais de 10 mil alunos.
Os visitantes são recebidos no Centro de Interpretação, mas o conhecimento de um espaço dedicado ao equilíbrio ambiental começa logo ao entrar na Lezíria Sul de Vila Franca de Xira (próximo a Lisboa).
Ali é perceptível o contraste entre paisagens, a convivência da tradição com a inovação e, a gestão cuidadosa dos recursos hídricos e a confirmação de que é possível aplicar o conceito de autossustentabilidade em que a produção agrícola convive em equilíbrio com o ambiente natural e original.
A ida ao EVOA fez parte da viagem organizada para jornalistas e outros formadores de opinião pela iniciativa “Sustainable EU Rice #sustainableeurice.eu” para promoção do conhecimento e maior consumo do arroz plantado em Portugal, Itália, França e Alemanha, e foi patrocinada pela União Europeia.
*Lena Miessva viajou a convite da #sustainableeurice.eu
(Envolverde)