ODS17

LAQI: Brasil pode contribuir com a economia do futuro

LAQI: Brasil pode contribuir com a economia do futuro

Empresas de todo o Brasil se reuniram em São Paulo para debater Responsabilidade Social, Reputação Corporativa e Ética 

A organização internacional Latin America Quality Institute (LAQI), que tem cerca de 3000 membros na América Latina e Central realizou, na semana passada (12/5), um encontro com diversas empresas brasileiras para reconhecer o seu trabalho alinhado à qualidade e ética.

Com dez anos de existência, a LAQI procura difundir um modelo de excelência com práticas sociais e empresariais e iniciativas de desenvolvimento sustentável.  E está presente em 18 países promovendo anualmente o encontro “Quality Summit” nas sedes:  Colômbia, Equador, Brasil, Bolívia, México e Peru.

O Brasil Quality Summit ocorreu no Maksoud Plaza em São Paulo e reuniu empresários e especialistas para debater Reputação Corporativa, Qualidade e Responsabilidade Total. A agenda mundial concluirá no Peru em julho.

Com as temáticas Gestão de Talento Humano, Marketing Responsável, Ética e RSE, os especialistas Luiz Eduardo Neves Loureiro, diretor de Desenvolvimento Humano Organizacional 4Winners; Dal Marcondes, diretor executivo da Envolverde; e Marcus Nakagawa, diretor administrativo da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável, apresentaram ao público as diretrizes para transformar as empresas em líderes no âmbito da Reputação Corporativa e no mercado do futuro.

Daniel Maximilian da Costa, CEO e fundador da Latin American Quality Institute afirma que o encontro tem como objetivo auxiliar as empresas participantes na construção da sua reputação corporativa “Não é uma consultoria fixa, cada ano renovamos os assuntos, este ano trouxemos à tona a temática de reputação corporativa para pequenas e medias empresas que encaram esse desafio no seu dia a dia” explica.

Para o CEO, o Brasil exerce um forte papel no contexto latino-americano pela sua extensão quase continental e sua influência no Mercosul, na América Central e no México que inspira as empresas da região. Na visão de Maximilian as problemáticas das empresas dos países latino-americanos são parecidas: corrupção, más práticas nos negócios, situações análogas de escravidão, desrespeito às políticas ou leis laborais. Porém, ele destaca que o modelo de boas práticas entre estes países também é semelhante. No entanto alguns países estão mais desenvolvidos em gestão corporativa e governança, entre eles o Brasil.

Gestão humana

Diretor de Desenvolvimento Humano Institucional, Luiz Eduardo Neves Loureiro aponta como estratégia para o sucesso empresarial a inovação e as interações com fornecedores e clientes. O especialista coloca em primeiro lugar a gestão humana e acredita que um dos erros mais comuns e o desequilíbrio “Técnico vs  Comportamental” na hora da contratação “ As empresas muitas vezes gerenciam só para preencher a vaga e isso é um erro, você vai contratar pelas qualidades técnicas e vai demitir pelas comportamentais porque diploma habilita mas não capacita” diz.

Segundo Neves os erros mais frequentes das empresas brasileiras são: mal uso do contrato de experiência, perda de motivação, promessas não cumpridas (promoções e aumento de salário), penalização do talento, assédio moral (70% dos incentivos ao processo trabalhista) e turnover (falta de controle do talento humano que perdemos).

“Considero uma grande injustiça pedir aos funcionários fazer mais com menos, falamos disso desde 2014. Se os funcionários não se percebem como parte de algo, a energia deles usada pelas empresas vai continuar caindo e isso agrava a crise. Não olhamos para os funcionários, mas queremos tirar o máximo proveito deles” explica

Para o gestor a reforma trabalhista é necessária porque a CLT está defasada e é preciso flexibilidade para os jovens empreender e gerar oportunidades. “Precisamos mudar a legislação a adaptar as empresas a isso, temos exemplos interessantes como o Nubank” defende

Ética e Marketing responsável

Diretor executivo da Envolverde, Dal Marcondes, mencionou na sua palestra a importância das empresas olharem para o futuro e contribuírem com o processo civilizatório “Na era dos commodities hoje o único diferencial é o valor da marca, é fundamental que as empresas façam parte de um processo que vai levar a humanidade para o futuro” explica.

Marcondes defende que economia sem sustentabilidade ficara inviável, pois não basta ter lucro é preciso ter futuro.

Para o jornalista informação hoje é o capital mais privilegiado das empresas, e estas devem incorporar isso as estratégias de forma que fortaleçam a economia do futuro “Precisamos estar prontos quando a crise acabar” lembra.

Marcus Nakagawa, diretor administrativo da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável, concorda com Marcondes e acredita que sustentabilidade é a saída a crise, um motor de inovação para desenvolver novos produtos, trabalhar com o intuito de obter melhorias e qualidade de vida para as pessoas.

“É preciso trabalhar com missão, visão e impacto sócio ambiental. Hoje o momento é propicio para reforçar a nossa ética, as empresas estão preocupadas com isso, vendo seus grandes executivos e governantes passarem por problemas, então hoje podemos endereçar isso, fazer auditorias, compliance social, e transformar isso em uma questão de ética empresarial” afirma Nakagawa.

Segundo o especialista, as problemáticas atuais do país e do mercado tais como corrupção, produtos danosos, desmatamento, falta de comprometimento e crise política, colocam o Brasil no momento propicio para debater ética e sustentabilidade nas organizações, escolas e universidades e procurar transformação real.

Na oportunidade o diretor executivo da Envolverde, Dal Marcondes, e o professor Marcus Nakagawa foram homenageados pela LAQI como Especialistas do Ano no Tela Sustentabilidade Corporativa. E o Instituto Envolverde recebeu o reconhecimento Empresa Brasileira do Ano de 2017 na área de Comunicação e Mídia.

(#Envolverde)