Na abertura da Cúpula dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, países aprovam sem objeções documento reforçando implementação e financiamento das metas; secretário geral da ONU se diz encorajado pela decisão; presidente da Assembleia Geral diz que é possível reduzir pobreza e subnutrição.
Líderes mundiais reunidos na sede da ONU em Nova Iorque deram um passo importante, nesta segunda-feira, rumo a transformações necessárias para enfrentar os maiores desafios globais, como fome, poluição e desigualdade.
Sob a condução do presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, os países adotaram a declaração Política do Fórum de Alto Nível para o Desenvolvimento Sustentável.
Compromisso com aumento do financiamento
No plenário da Assembleia Geral, Francis declarou que o texto foi aprovado sem objeções. A declaração prioriza os meios de implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODS, especialmente o financiamento.
Segundo o texto, é necessário um aumento expressivo nos investimentos para assegurar transições justas e equitativas em temas como energia, educação, alimentação e tecnologias digitais.
O documento também estabelece uma ação imediata para garantir o estímulo aos ODS, que implica em investimentos de U$ 500 bilhões todos os anos.
Ao aprovar a declaração os países também concordaram com um forte apoio a uma reforma da arquitetura financeira internacional para melhor refletir a economia global de hoje.
Esperanças, sonhos, direitos e expectativas
Os líderes reconhecem que “a Agenda 2030 é de natureza universal e que os seus objetivos e metas são abrangentes, de longo alcance, centrados nas pessoas, indivisíveis e interligados.”
Em seu discurso na abertura da Cúpula dos ODS, nesta segunda-feira, o secretário geral da ONU, António Guterres, enfatizou que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável “não são apenas uma lista de objetivos.”
Segundo Guterres, esses objetivos “carregam esperanças, sonhos, direitos e expectativas de pessoas de todas as partes do mundo.”
O líder da ONU lembrou aos líderes mundiais que essas metas são promessas para pessoas “assoladas pela pobreza, as que passam fome em um mundo de abundância, crianças que não tem acesso a uma vaga numa escola, famílias que fogem de conflitos e pais que assistem desesperados seus filhos morrendo de doenças preveníveis.”
Ele disse se sentir “profundamente encorajado pela declaração política detalhada e abrangente” aprovada, especialmente o compromisso de “melhorar o acesso dos países em desenvolvimento ao combustível necessário para o progresso dos ODS: o financiamento.”
Superação da pobreza e desnutrição
Já o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, disse que a Cúpula é uma “plataforma única” para recriar o compromisso com a Agenda 2030.
Ele destacou que os impactos das crises que hoje afetam o mundo são mais sentidos por aqueles vivendo em circunstâncias mais precárias.
Francis mencionou países em situações especiais como pequenos Estados insulares, países menos desenvolvidos e países em desenvolvimento sem litoral.
O presidente da Assembleia Geral ressaltou que “com uma ação concertada e ambiciosa, ainda é possível que, até 2030, mais de 124 milhões de pessoas sejam tiradas da pobreza e garantir que menos 113 milhões sofram de subnutrição.
Transições prioritárias
A presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, Paula Narváez, disse que “a declaração política é um testemunho do compromisso inquebrantável dos líderes com o cumprimento eficaz da Agenda 2030 e dos ODS e de todos os princípios nela consagrados.”
Ela enfatizou a “necessidade coletiva de tomar medidas imediatas em relação aos 17 ODS.”
Durante a Cúpula, mais de 100 países apresentarão compromissos nacionais para a transformação dos ODS, que incluem transições prioritárias e áreas de investimento.
Espera-se que os Estados-membros estabeleçam padrões de referência nacionais para reduzir a pobreza e as desigualdades até 2027 e reforcem os quadros institucionais para apoiar o progresso dos ODS.