ODS 3

Os microplásticos estão dentro de nós e no material escolar

𝗣𝗼𝗿 𝗦í𝗹𝘃𝗶𝗮 𝗠𝗮𝗿𝗰𝘂𝘇𝘇𝗼 - Os microplásticos estão nas listas de material escolar, nas fantasias de carnaval, nas embalagens de alimentos, nos pulmões, no cérebro, na corrente sanguínea e até mesmo nas geleiras da Antártica

Os microplásticos estão dentro de nós e no material escolar

Por Sílvia Marcuzzo para o EXTRA Classe

Cerca de 35,5 milhões de crianças em idade escolar (de até 12 anos), segundo o IBGE, retornaram às aulas nos meses de fevereiro e março em todo o país. Nos últimos anos, o Ministério do Turismo estimou que aproximadamente 49 milhões de pessoas pularam carnaval no Brasil. Tanto o retorno às aulas como a realização do Carnaval (ou dos carnavais), que já não se restringe aos quatro dias, mas se espalha pelos 12 meses do calendário das principais cidades brasileiras, aumentam exponencialmente a exposição humana aos microplásticos para além do que já se normalizou no cotidiano de todos os 207 milhões de brasileiros.

Brinquedos, glitter, lantejoulas, folhas de E.V.A. (etileno-vinil-acetato), adesivos (stickers), entre outros produtos descartáveis, fazem parte da lista de materiais de todo início de ano letivo de grande parte das escolas públicas, privadas e também de samba. Vale mencionar os blocos de carnaval de rua.

Se nos restringirmos especificamente às listas de material escolar, elas servem para atividades pedagógicas por algumas horas, mas podem trazer problemas para a natureza e para a saúde por séculos. E isso não acontece só com esses materiais. Até as roupas sintéticas que usamos geram microrresíduos de plásticos.

Os compostos de plástico estão por toda parte. São misturados, transformados e moldados para infinitas funcionalidades. No entanto, nos últimos anos, pesquisadores têm descoberto que nem todos eles são inofensivos. Cientistas têm encontrado microplásticos em várias partes do corpo humano, inclusive no cérebro, no coração e na placenta.

A reportagem do Extra Classe ouviu pesquisadores e instituições que estão preocupados com o impacto desses derivados de petróleo em distintos lugares, seja dentro de seres vivos, seja no ambiente mais limpo do planeta: a Antártica.

MICRO E NANO – Conforme definição do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os microplásticos são pequenas partículas de plástico sólido e insolúveis em água, de cinco milímetros até um mícron. Já as partículas menores que um mícron são denominadas nanoplásticos.

CONSEQUÊNCIAS – Pesquisas apontam que nanoplásticos não são eliminados pelo sistema imunológico. Dependendo do plástico, há uma carga de substâncias nocivas, como aditivos, metais pesados, entre outros elementos cancerígenos.

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Sílvia Marcuzzo é jornalista, articuladora, facilitadora de grupos e consultora de comunicação para a sustentabilidade. Atualmente é colunista semanal da plataforma Sler.com.br e curadora/editora do espaço do coletivo POA Inquieta no Sler. Trabalha com temas ambientais desde 1993 e já passou por redações, colaborou para diversos veículos, especialmente da área ambiental e deu consultoria de comunicação para projetos em três esferas de governo. Há quase 30 anos presta serviços para organizações não governamentais ambientalistas de várias partes do Brasil. Integrou a equipe que criou a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (1999 a 2003).

EXTRA Classe/Envolverde