ODS6

Clima extremo vai impactar na crise hídrica nos próximos anos

Investimento em tecnologias de reutilização de água é uma das possibilidades para mitigar a crise hídrica
Ocorrências climáticas, em 2023, como fortes chuvas inundando áreas do Sul e Sudeste do país e a seca histórica registrada na Amazônia, representam claros sinais de instabilidades que podem se estender para o  próximo ano. Essas tendências são confirmadas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que prevê a intensificação do aquecimento anormal do Oceano Pacífico, até abril de 2024, em decorrência do fenômeno El Niño. Essa previsão aponta para um agravamento das condições ligadas ao clima, aumentando o potencial para ocorrência de eventos extremos em várias regiões do mundo, com possibilidades de desastres ambientais.

De acordo com Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua, desastres ambientais representam uma ameaça significativa para a sociedade, podendo causar impactos devastadores no meio ambiente e nas comunidades. “Temos que definir, com urgência,  estratégias para enfrentar este desafio, seja  com ações preventivas ou por meio de ações que reduzam impactos durante ou após a ocorrência dos eventos”, explica.

Além disso, a preocupação com o forte calor também está associada a outros problemas, como a iminente crise hídrica. Segundo dados apresentados na Conferência das Nações Unidas sobre a Água em 2023, dois terços da população mundial enfrentarão escassez de água até 2025 ou até mesmo no próximo ano, piorando, ainda mais, a preocupação com o forte calor e o seu impacto na vida das pessoas.

Para Sibylle, a crise hídrica representa um desafio crítico e impõe a busca urgente de ações importantes, já no curto prazo, como:

  1. A gestão responsável e sustentável dos recursos hídricos existentes, visando a preservação de mananciais superficiais e subterrâneos;
  2. Apoio a políticas públicas para a melhoria de distribuição de água potável, para o maior número de pessoas;
  3. Construção de redes de coleta que permitam coletar esgotos sanitários no meio urbano, sem contaminar o entorno e a água subsuperficial;
  4. Instalação de estações de tratamento de esgotos, ligadas às redes de coleta, que permitam, por meio de tecnologias confiáveis, evitar a poluição dos rios, lagos e oceanos, preservando o meio ambiente;
  5. A implementação de tecnologias que minimizem as perdas de água ao longo das redes de distribuição de água potável, permitindo que um maior volume de água seja disponibilizado para a população;
  6. A realização de um trabalho junto à população sobre o consumo responsável de água, mostrando a necessidade de evitar desperdícios.
  7. A conscientização da sociedade e dos governos sobre a possibilidade e alternativas disponíveis de reciclagem da água, com boa economia financeira e de água;
  8. A sensibilização de empreendedores e investidores sobre os ganhos de valor dos empreendimentos planejados com a possibilidade de reuso de água.

Essas são algumas medidas importantes e urgentes para minimizar o impacto  da falta de recursos hídricos visando preservá-los para um futuro sustentável do planeta. “Já não estamos falando mais de consequências que podem vir nas próximas décadas e sim nos próximos anos, o que demonstra a urgência que devemos ter nessa questão”, finaliza a especialista.

(Envolverde)