Agenda de Ação da Água prevê iniciativas para proteger recurso; secretário-geral da ONU destaca que a água faz parte de uma série de desafios globais e preservá-la é uma forma de impulsionar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; António Guterres reforça que assunto deve estar no centro da agenda política.
Nesta sexta-feira (24), as Nações Unidas encerraram a Conferência da Água com a adoção da Agenda de Ação da Água, um plano com compromissos para proteger “o bem comum global mais precioso da humanidade”.
Durante o evento de três dias, líderes globais estabeleceram uma série de objetivos para transformar o gerenciamento do recurso, com ações que preveem desde escolhas alimentares mais inteligentes até reavaliar a água como uma forma de impulsionar a economia.
Futuro e água
O chefe da ONU afirmou que está ansioso para revisar o progresso dos compromissos “ambiciosos” traçados na Conferência. Ele elogiou a dedicação dos 2 mil participantes em encontrar formas sustentáveis, equitativas e inclusivas para assegurar o futuro sustentável para água.
Para Guterres, a reunião demonstrou que a água, além do principal bem comum, promove união ao mesmo tempo que faz parte de uma série de desafios globais.
Desde proteger a propagação de doenças até combater a pobreza, o recurso está presente de diversas formas na Agenda 2030 e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A água também está exposta aos desafios do mundo frente às mudanças climáticas, seca e poluição.
Política agenda global
Por isso, o secretário-geral da ONU afirma que a água deve estar no centro da agenda política global.
Guterres adiciona que todas as esperanças da humanidade para o futuro dependem, de alguma forma, de traçar um novo rumo para gerir e conservar de forma sustentável a água para as pessoas hoje e amanhã.
Ele explica que isso depende de compromissos revolucionários, inclusivos e orientados para a ação para colocar água e saneamento seguros, protegidos, sustentáveis e geridos de forma inteligente ao alcance de todos.
O chefe das Nações Unidas avalia que isso deve ser refletido em ações voltadas para o futuro, como no desenvolvimento de sistemas alimentares alternativos para reduzir o uso insustentável de água na agricultura.
Também deve ser iniciado um sistema de informação global para orientar planos e prioridades para realizar os ODS. Segundo Guterres, as novidades incluem a nomeação de um enviado especial para a água antes da Cúpula dos ODS em setembro.
Compromissos para água
Já o presidente da Assembleia Geral, Csaba Korosi, destacou algumas ações que devem ser implementadas para que os compromissos com água sejam alcançados.
Ele apresentou nove pontos, destacando a necessidade de uma política integrada de água e clima nos níveis nacional e global até 2030.
Para Korosi, a criação de um Sistema Global de Informação sobre a Água deve apoiar a gestão da água, do clima e da terra para resiliência socioeconômica, sustentabilidade ecológica e inclusão social.
O presidente da Assembleia Geral também pontuou as ações para garantir avisos precoces para ajudar pessoas a proteger suas vidas e propriedade, bem como lidar com a dependência cada vez maior para fornecer nutrição e energia.
Korosi cita ainda redes de capacitação e acordos transfronteiriços abrangentes e inclusivos com base na Convenção da Água da Comissão Econômica das Nações Unidas para Europa para apoiar países de todos os continentes.
Também é esperada uma reunião intergovernamental em 2025 para avaliar a implementação dos compromissos.
(ONU/Envolverde)