ODS7

Cidades se movimentam para atender metas ambientais no transporte urbano

Por Reinaldo Canto para a Envolverde* – 

Substituir a frota de ônibus à diesel por elétricos contribui para reduzir emissões de gases de efeito estufa e ainda combate a poluição urbana

Não é preciso pensar no enfrentamento à emergência climática para festejar a troca de ônibus movidos à combustão pelos 100% elétricos. Basta estar próximo do escapamento para sentir o forte cheiro da queima do diesel e forte barulho que esses veículos  produzem. Portanto, os ganhos são enormes tanto os ambientais como de qualidade de vida pras pessoas de maneira geral. É um alívio saber que poderemos nos livrar deles no futuro.

Pois esse futuro está chegando ainda que de maneira lenta em várias cidades brasileiras. Um dos movimentos mais significativos tem sido feito pela cidade de São Paulo. A prefeitura tem a meta de colocar 2,6 mil ônibus elétricos a partir de 2024, sendo que a frota atual é de cerca de 13 mil desses veículos movidos à diesel.

Uma das empresas que busca atender essa demanda da capital paulista é a líder na produção de veículos elétricos no Brasil. A BYD está fazendo fortes investimentos para dar conta de uma demanda que deverá crescer muito nos próximos tempos. Só para São Paulo, a empresa espera entregar 400 chassis de ônibus elétricos em 2024.

Segundo Marcello Von Schneider, diretor institucional e head da divisão de ônibus elétricos da BYD Brasil o interesse pela eletrificação do transporte coletivo só tende a crescer. Para ele, o movimento da capital paulista será determinante para que outras cidades façam o mesmo: “São Paulo é um indutor desse processo. E outros estados e cidades deverão acompanhar o modelo de subvenção adotado pela prefeitura paulistana”, afirmou confiante.

Alguns obstáculos existem, mas podem ser vencidos com bons argumentos. Ônibus elétricos são mais caros. Enquanto os movidos à diesel estão na faixa dos R$ 900 mil, um elétrico sai em torno de R$ 2,5 milhões. O que deve ser levado em conta também é que a manutenção é mais barata e o tempo de vida é de ao menos o dobro para o elétrico, segundo o diretor da BYD. Já imensurável é pensar na redução da poluição e o combate a principal contribuição de cidades como São Paulo para o aquecimento global que são exatamente os combustíveis  fósseis emitidos pelos veículos com destaque  para os ônibus e caminhões movidos à diesel. Isso sem citar as mortes evitáveis ligadas ao agravamento da saúde em razão da poluição atmosférica. São cerca de 11,2 mil no estado de São Paulo e três mil na capital paulista anualmente, segundo levantamento realizado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade.

São comparações que ajudam a explicar que outras cidades como Campinas, Curitiba, Salvador e Vitória, entre outras possuem projetos para a eletrificação de suas frotas de ônibus, além de estados como Mato Grosso, Goiás e Pará.

 

Atualmente, só a BYD possui 100 ônibus elétricos já rodando no Brasil e outras montadoras também estão de olho nesse mercado e tem feito investimentos como Mercedes-Benz, Volvo, Eletra, Marcopolo e Volkswagen.

O que vem ocorrendo de eventos climáticos extremos em escala crescente e assustadora só reforça a necessidade de ações efetivas para reduzir os nefastos efeitos causadores das mudanças climáticas.

*O jornalista viajou a convite da BYD para conhecer a fábrica de Campinas, em São Paulo

(Envolverde)