Sociedade

UNESCO, Instituto humanize e Fundação Roberto Marinho relançam Coleção História Geral da África

Evento acontecerá por meio do webinar “História Geral da África – a história que precisa ser contada” na Semana da Consciência Negra 

Nessa quarta-feira (24/11) a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO no Brasil), o Instituto humanize e a Fundação Roberto Marinho promovem o webinar “História Geral da África – A história que precisa ser contada”, a partir das 17h. O evento online, que será transmitido pelo canal da UNESCO no YouTube (https://www.youtube.com/user/unescoPortuguese) no âmbito da Semana da Consciência Negra, celebra o relançamento da edição impressa da Coleção História Geral da África (HGA), editada no Brasil pela UNESCO no ano de 2010, com o objetivo de disseminar um novo olhar sobre o continente, iniciativa em parceria, na época, com a então Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (SECAD/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

 

A versão em português da Coleção HGA foi considerada como a ação de maior visibilidade na história da UNESCO em todo o mundo. Após um ano da disponibilização de seus volumes com acesso gratuito, a Coleção atingiu o patamar de 1.307.512 downloads. Atualmente, 10 anos após seu lançamento, são quase 1 milhão e meio de acessos e downloads dos volumes da Coleção.

A parceria entre UNESCO e Instituto humanize reeditou a Coleção que estava esgotada e está distribuindo 500 exemplares impressos e 100 exemplares da síntese para bibliotecas públicas, professores, pesquisadores, influenciadores, jornalistas, organizações da sociedade civil, instituições de ensino superior, núcleos de estudos afro-brasileiros (NEABs) e secretarias e conselhos estaduais e distrital de Educação. Essas novas edições em formato digital já estão disponíveis para acesso gratuito nas plataformas da UNESCO e no seguinte link: http://bit.ly/UNESCO_HGA

“Quase todos os indicadores educacionais brasileiros evidenciam que as desigualdades sociais no Brasil afetam diretamente as condições de acesso à educação e os resultados educacionais de crianças, jovens e adultos brasileiros. Entre eles, são penalizados especialmente alguns grupos étnico-raciais, a população mais pobre e do campo, os jovens e adultos que não concluíram a educação compulsória na idade adequada, bem como crianças ou pessoas com deficiência”, observa a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto, que fará a abertura do webinar amanhã.

 

Grandes desigualdades étnico-raciais continuam existindo na sociedade brasileira (especialmente com relação a alguns grupos específicos, tais como a população indígena, a população afrodescendente, os quilombolas, a população carcerária e a população rural). A literatura especializada mostra que há forte correlação entre a origem étnica e as oportunidades educacionais. Estas coexistem lado a lado com desigualdades sociais e regionais, contribuindo, assim, para a exclusão educacional de um número considerável de crianças, jovens e adultos.

 

Sobre a coleção História Geral da África 

 

A UNESCO apoiou totalmente a valorização e o reconhecimento do impressionante patrimônio da África, por meio de uma série de programas e iniciativas. Em 1964, a UNESCO deu início ao projeto da Coleção História Geral da África (HGA) para corrigir o desconhecimento internacional relativo à história da região e desenvolver uma visão ampla e plural do continente. A Organização convocou alguns dos principais estudiosos africanos e não africanos da época, em um esforço colaborativo internacional, que, ao final, representou 35 anos de cooperação entre mais de 230 historiadores e outros especialistas. Sob a supervisão de um comitê científico internacional, composto por dois terços de africanos, o resultado foi a monumental Coleção História Geral da África em oito volumes (fase I do projeto). Essa enorme tarefa, finalizada em 1999, teve grande impacto na África e em outras regiões do mundo, e agora é considerada uma das contribuições centrais para o conhecimento da história e da historiografia da África para toda a humanidade – e, por essa razão, foi traduzida para 16 línguas.

 

Programação 

24 de novembro, 17h às 18h30 

Webinar: “História Geral da África (HGA): a história que precisa ser contada” 

 

Moderadora: Flavia Oliveira, jornalista e comentarista Globonews, colunista O Globo e CBN

 

Convidados/as:

 

Valter Silvério – é cientista político, professor titular do Departamento e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em estudos pós-coloniais e relações raciais, atuando principalmente nos seguintes temas: transnacionalismo negro, diáspora africana, educação, ação afirmativa e afro-brasileiros. Kabengele Munanga, nascido no Congo e naturalizado Brasileiro, Doutor em Antropologia Social, atualmente é professor Titular Sênior do Centro de Estudos Africanos da Universidade de São Paulo. Com estudos sobre racismo, políticas e discursos antirracistas, negritude, identidade negra versus identidade nacional, multiculturalismo e educação das relações étnico-raciais.

 

Antônia Quintão – é presidente do Geledés – Instituto da Mulher Negra, vice-Presidente no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, onde coordena cursos, encontros e eventos sobre a Década Internacional de Afrodescendentes (ONU-Resolução 68/237). Docente, Pesquisadora e Coordenadora de Cursos na Universidade Mackenzie. Autora de livros, artigos e capítulos sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

 

Milton Guran – é antropólogo e fotógrafo, doutor em Antropologia na França, com pós-doutorado na USP, e mestre em Comunicação Social na UnB. É pesquisador do Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense. Especialista em cultura da Diáspora Africana, desenvolve pesquisas na África Ocidental desde 1994, foi membro do Comitê Científico Internacional do Projeto Rota do Escravo da UNESCO e coordenou o grupo de trabalho responsável pelo dossiê de candidatura do Sitio Arqueológico Cais do Valongo a Patrimônio Mundial.

 

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