Por Alexandre Gonçalves Jr e Carolina de Barros –
Cerimônia de abertura da conferência tratou das ratificações do Acordo de Paris e também sobre a importância da realização do evento em solo africano
Debaixo de chuva, a COP22 (Conferência de Clima das Nações Unidas) começou nesta segunda-feira (7). Sediada em Marrakech, a expectativa do calor e sol forte de um clima semiárido foi substituída por nuvens dignas de uma terra da garoa, o que lança mais uma vez questionamentos sobre o impacto das mudanças climáticas e a importância dessas discussões.
Na cerimônia de abertura a Ministra do Meio Ambiente da Franca, Ségolène Royal, presidente da COP21, iniciou seu discurso com um apelo tanto para os países que já ratificaram o Acordo de Paris como aqueles que não. “Os objetivos do Acordo podem ser cumpridos com determinação. É um momento histórico, mas para isso cada país precisa ratificar o acordo e cumprir suas promessas”.
Ségolène Royal afirmou que a mitigação dos efeitos climáticos é necessária para evitar desastres como a desertificação e, para isso, é fundamental um desenvolvimento verde e sustentável. A ministra aponta a COP 22 como um momento de esperança para reafirmar ações de preservação. “Vivemos como se tivéssemos três planetas, gastamos nossos recursos”, disse.
A decisão da conferência ser sediada em Marrakech não é aleatória. A prioridade no momento é a região africana, que segundo a ministra e a região mais afetada pelos efeitos do aumento do efeito estufa sem ter emitido estes gases. O continente africano só é responsável por 2.3% das emissões de CO² segundo pesquisa da Africa Progress Panel.
Assim, a intenção é que ocorra mobilização de financiamento e transferência de tecnologia para que a África se torne responsável pelo combate ao desastre da desertificação, fenômeno que acontece no território do continente. “A decisão é para os africanos e deve ser feita por africanos”, afirmou a Ministra do Meio Ambiente.
Salaheddine Mezouar, Ministro das Relações Estrangeiras de Marrocos assumiu a presidência desta COP. “A COP22 no nosso país mostra o compromisso do continente em se responsabilizar pelo próprio destino nas mudanças climáticas”.
A cerimônia foi encerrada por Patricia Espinosa, Secretária Executiva do Comitê de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, que explicou que alcançar o que foi estabelecido no Acordo de Paris não é algo simples. Ela explicou que é preciso que os países tomem ação para o próximo passo para um desenvolvimento inclusivo e sustentável, com emissão mais baixa e estabilidade climática. (Projeto Cásper Líbero/#Envolverde de cobertura da COP22)