Informar, orientar e inspirar. É o que pretende a mais nova publicação destinada a educadores e gestores ambientais que atuam em áreas protegidas. O guia Educação Ambiental em Unidades de Conservação – Ações para comunidades escolares no contexto da gestão pública da biodiversidade traz uma série de experiências que envolvem processos educativos em escolas públicas no interior e entorno de unidades de conservação (UCs) espalhadas pelo país.
O lançamento, nesta sexta-feira (3/6), no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR), marcou as comemorações do Dia Nacional da Educação Ambiental.
Resultado de uma parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o WWF-Brasil, o guia indica a necessidade de incluir as escolas – e comunidades de um modo geral – no dia a dia da gestão das unidades de conservação.
“É importante envolver os atores estratégicos na gestão pública da biodiversidade. E as comunidades escolares são, em muitos contextos, espaços importantes e que têm um papel fundamental na transformação social”, diz Karina Jorge Dino, coordenadora de Educação Ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).
Mas como educação é uma via de mão dupla, as escolas também podem ser influenciadas, incluindo em seus projetos pedagógicos conteúdos que ajudem a proteger a biodiversidade e os processos ecológicos abrigados nas UCs, aponta a educadora.
Segundo ela, a importância do guia é que ele faz uma síntese de várias experiências de sucesso no envolvimento das comunidades escolares do entorno de UCs que vão exatamente nesse sentido.
É o caso da Reserva Extrativista (Resex) Médio Juruá, no Amazonas, em que o foco do trabalho foi a formação de novos líderes, sobretudo jovens e mulheres, para atuarem na gestão daquela unidade de conservação, no interior da Amazônia.
“Estamos fazendo com que a gestão participativa prevista na Política Nacional de Educação Ambiental ganhe concretude por meio de iniciativas inovadoras que colocam a comunidade como protagonista da gestão pública da biodiversidade”, diz a chefe da reserva, Rosi Batista da Silva.
No Amapá, a interação entre educadores ambientais e comunidades próximas às UCs estimulada pelo WWF-Brasil por meio do projeto Biodiversidade nas Costas ajudou criar um ambiente mais seguro para que os gestores de áreas protegidas pudessem fazer o seu trabalho.
“Havia ameaças inclusive à integridade física dos gestores, que muitas vezes não conseguiam cumprir seu papel nas unidades de conservação. Com a sensibilização e o envolvimento das escolas, os indicadores passaram a mostrar que a realidade mudou. Hoje há muito mais interação da comunidade na gestão das UCs”, afirma Marcelo Oliveira, especialista do Programa Amazônia, do WWF-Brasil
Apesar de apontar caminhos para essas interações, os autores alertam que as experiências e reflexões contidas no guia não devem ser entendidas como “receitas”, mas como uma forma de potencializar os resultados e impactos da educação ambiental em comunidades escolares no contexto das UCs.
(WWF/Envolverde)