O comissário europeu de Ação Climática e Energia, Miguel Arias Cañete, anunciou nesta quarta-feira, 25 de fevereiro, que a União Europeia (UE) se oferecerá a reduzir em pelo menos 40% suas emissões até 2030 na cúpula climática da ONU de Paris, que será realizada no final de 2015, na qual espera conseguir um acordo ambicioso.
Cañete apresentou em entrevista coletiva o comunicado divulgado hoje pela Comissão Europeia sobre a estratégia da União para a Conferência das Partes do Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática de Paris (COP21).
“Estamos pedindo um acordo ambicioso que inclua um objetivo a longo prazo para reduzir as emissões em pelo menos 60% para 2050 com relação aos níveis de 2010”, indicou Cañete.
A UE perseguirá também que “todos os países” assumam objetivos de cumprimento obrigatório para a redução de emissões, um “processo completo de verificação que seja transparente e uma revisão a cada cinco anos para impulsionar a ambição”, disse o comissário.
Para conseguir este fim, a União se comprometerá, como se esperava, a reduzir em pelo menos 40% suas emissões em 2030 com relação aos níveis de 1990, em linha com os objetivos que os sócios comunitários já tinham marcado internamente dentro das políticas climáticas europeias.
“Grande passo”
Esta decisão representa um “grande passo no caminho a Paris”, afirmou Cañete, que considerou que “mais uma vez, a UE está marcando o caminho”.
O comunicado será apresentado aos Estados-membros no Conselho do Meio Ambiente de 6 de março, e Bruxelas espera mandar sua proposta à ONU no final desse mês.
Os 28 países, além disso, se comprometeram a comunicar as contribuições que cada país fará de maneira individual a esse corte durante este primeiro trimestre de 2015.
Críticas de ONGs
Por sua parte, a ONG Oxfam criticou em comunicado a posição europeia, ao considerar que são necessários “cortes das emissões mais profundos e um maior financiamento para a luta contra a mudança climática”.
Após essa apresentação, Lies Craeynest, membro da Oxfam, assinalou que se a UE quer que os países em desenvolvimento se comprometam com um acordo robusto, têm que oferecer “propostas sólidas”.
Craeynest também considerou que a proposta de 40% não é a melhor que pode fazer e não corresponde com o esforço que a Europa tem que fazer, levando em conta sua contribuição histórica à mudança climática.
Na mesma linha, o Grupo dos Verdes do parlamento Europeu considerou em outra nota que a proposta de Bruxelas é “decepcionante” e pediu uma maior ambição para conseguir um bom acordo climático em Paris, que mantenha o objetivo de evitar que a temperatura suba mais de 2 graus.
* Publicado originalmente pela Agência EFE e retirado do site EcoD.