O uso de gasolina por veículos foi responsável, no primeiro semestre de 2014, pela emissão de 30,2 milhões de toneladas de CO2 e no Brasil. Em comparação com o mesmo período do ano passado é possível notar uma leve alta de 9% – nos seis primeiros meses de 2013 foram emitidos 27,7 milhões de toneladas de CO2e. Os dados fazem parte de levantamento feito pela Ecofrotas, empresa do mercado brasileiro de gestão de frotas corporativas.
A queda do uso de etanol, em parte, se deve ao preço da gasolina, cujos aumentos de valor têm sido menores, o que contribui para melhorar sua competitividade em relação ao biocombustível. “A tendência é que haja, no médio prazo, uma mudança desse cenário, visto a importância que os candidatos à presidência estão dando neste momento ao setor sucroalcooleiro”, afirma o diretor Institucional e Sustentabilidade da Ecofrotas, Sérgio Rego Monteiro Filho.
Em 2013, o governo federal aprovou medidas que permitiram as desonerações tributárias de PIS/Cofins para os produtores de etanol. Agora, a aposta é de uma estrutura de financiamento “mais favorável” para garantir a lucratividade do segmento. Outros candidatos à presidência também colocaram o setor no radar e estão prometendo políticas que visem favorecê-lo.
Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o consumo de gasolina de janeiro a julho de 2014 foi de 21,6 bilhões de litros e, o de etanol, 6,1 bilhões de litros. No caso do etanol, as emissões de CO2e são consideradas neutras, segundo o GHG Protocol. “Isso por que as emissões da queima do biocombustível são compensadas durante o crescimento da cana de açúcar”, explica Monteiro Filho. Por outro lado, a gasolina A (aquela que sai da refinaria antes da adição de etanol) emite, em média, 2,269 quilos de CO2 por litro.