A RIO-92 mudou o mundo, a RIO+20 mudará a sociedade.

[media-credit name=”Flavia da Rin” align=”alignright” width=”224″][/media-credit]Já está circulando a revista ECO 21 de junho de 2011. Uma das principais publicações sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, a ECO 21 deste mês traz excelentes textos. Veja abaixo do editorial o índice da edição.

Editorial

Em Junho de 1992 o mundo inteiro reconheceu que a Terra estava em perigo e assinou 4 documentos fundamentais para iniciar uma longa batalha contra a autodestruição: a Agenda 21, a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Convenção sobre Mudanças Climáticas e o Tratado das Florestas. Vinte anos depois, os sinais do esgotamento dos recursos naturais e a interferência humana no equilíbrio da natureza estão mais do que confirmados. A poluição das águas continuou implacável, o desmatamento das florestas entrou num ritmo acelerado, milhares de espécies da fauna e da flora desapareceram definitivamente, a desertificação avançou até o quintal das grandes cidades.

O que a natureza levou milhões de anos para criar equilibradamente, o homem em poucas décadas esforçou-se em destruir. A RIO-92 mudou o mundo, ou como ele era conhecido até então, ao introduzir no mais alto nível político mundial o debate ambiental. A ecologia começou a fazer parte do cotidiano, inclusive na educação mais elementar; inúmeras organizações não-governamentais fizeram ouvir sua voz de advertência. A ciência se somou ao esforço dos ambientalistas ao fornecer informações reais sobre futuras catástrofes. As mudanças climáticas corroboraram o que desde a primeira metade do século passado os cientistas já sabiam: que não se pode destruir um bioma impunemente. Se uma árvore é cortada o solo perderá a sua umidade e os seus nutrientes matando lentamente toda a vida existente nas suas raízes e na sua copa.

A quebra do equilíbrio existente desencadeia um processo que resulta no esgotamento dos recursos hídricos com eventos extremos como inundações ou secas e enormes perdas de vidas humanas, fauna, flora, enfim destruição. A RIO-92 fez com que o universo político ouvisse o clamor dos cientistas e dos ambientalistas. Agora, 20 anos depois, a segunda Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável fará um balanço das conquistas e fornecerá elementos para mudar a sociedade. Já se sabe que consumir os recursos naturais como se faz hoje não é mais possível.

Os países, cada um dentro de sua realidade, devem estimular a grande mudança em racionalizar a energia, reciclar seus dejetos, voltar a usufruir dos bens da natureza repondo em dobro o que se tira dela. Em 2050 a Terra terá quase dez bilhões de pessoas que precisarão se alimentar, vestir, se locomover, mas já ultrapassamos a nossa capacidade de reposição do que consumimos e não será desmatando para plantar soja que o Planeta recuperará seu equilíbrio produtivo. Em muitas partes do mundo ainda é uma realidade a pobreza extrema, a fome e as doenças endêmicas. A insegurança alimentar está aumentando, assim como o desemprego e a agitação social e política. Muitos países desenvolvidos ainda estão se recuperando da última crise financeira e como vivemos numa economia global ela afeta imediatamente outras regiões.

Apesar de o mundo estar mais integrado hoje do que em 1992, a interdependência requer de uma cooperação internacional sem precedentes com muitas parcerias. Diante de um desafio comum e de um destino também comum, a solução que a RIO+20 proporá será a de que o mundo viva numa economia verde. Dependerá somente da decisão política de incorporar o desenvolvimento sustentável, ou durável, como dizem os franceses, para evitar a debacle.

Índice

Dilma Rousseff – A RIO+20 é um compromisso histórico

Izabella Teixeira – O Brasil se prepara para debater o futuro na RIO+20

Lúcia Chayb – A RIO+20 será a Conferência da Economia Verde Maristela Pessoa – Bonn é crucial para a COP-17 do clima em Durban Stephen Leahy – IPBES será o órgão da ONU para a biodiversidade

Maria das Graças de F. Costa – Crise Climática: apagando fogo com gasolina

André Lima – Código florestal: Governo plantou omissão, colheu derrota

Aldo Rebelo – O Código Florestal e a questão nacional

Greyce Vargas – Entrevista com Paulo Moutinho

Mareike Aden – Proteger a taiga significa proteger o clima global

Mark Tercek – Parceria Latino-americana Fundos de Água

Washington Novaes – Panorama inquietante. E caminhos para mudar

Carolina Azevedo – Guia do PNUD ensina a usar fundos ambientais

Raquel Junia – Entrevista com Lia Giraldo sobre agrotóxicos

Carine Corrêa – Unidades de Conservação brasileiras podem gerar R$ 5 bilhões por ano

James Wright – Motos elétricas: uma solução para o transporte no futuro

Ricardo Meirelles – Empresas priorizam meio ambiente e trabalho

Maria Alice Doria e Patrícia Guimarães – A perspectiva ambiental nas novas Rodadas da ANP

Georgia Infante – Jogos Mundiais Militares Rio 2011 inauguram Vila Verde

Erik Von Farfan – Rio inaugura a primeira escola sustentável do país

Leonardo Boff – Sustentabilidade: Adjetivo ou Substantivo?

* Para assinar clique aqui.