Depois de uma jornada de nove meses pela África, Haroldo Castro poderia ter levado um belo diário de bordo aos congressitas do IV CBJA. Ele extraiu da África uma dezena de reportagens e um livro de 400 páginas. Já seria oportuno aos jornalistas ambientais conhecer as histórias por trás das suas pautas africanas. Mas o jornalista, fotógrafo e, mais do que isso, viajologista, revelou a viabilização econômica da sua aventura.
A viajologia ensina que os investimentos mais pesados devem ser zerados. Os custos devem ser espremidos. Os lucros devem ser bem negociados. E um pouco de sorte pode fazer toda a diferença para que um roubo não interrompa a viagem – assim como uma malária pega no meio do caminho também possa ser uma rica experiência local, apesar do risco de morte!
A câmera na mão custou R$9.000 e o carro que percorreu o continente, uma Land Rover, saiu por R$27.000. Haroldo não zerou, não. Tirou foi lucro na hora de vender os equipamentos tão bem usados. As matérias foram publicadas em ano de Copa do Mundo na África do Sul, o que certamente determinou a valorização das pautas para os veículos contratantes, conforme conta Haroldo com todas as letras.
Mas o principal resultado da viagem “não será diário de bordo, nem livro-reportagem, nem guia de turismo”. É com o mistério ausente na descrição dos custos que Haroldo define seu livro, Luzes da África, a ser lançado em abril do próximo ano. Depois de rodar a África com quatro rodas sob os pés, pesquisas bem apuradas sobre os lugares onde pisaria e uma boa câmera na mão, o viajante jornalista compartilha a aventura com simplicidade. É como se precisássemos apenas de uma boa ideia na cabeça.
* Publicado originalmente no site do IV Congresso de Jornalismo Ambiental.