Combate às mudanças climáticas é a última prioridade dos jovens brasileiros

Jovens brasileiros do movimento Clímax Brasil devem trabalhar por rede nacional de organizações e pessoas lutando contra as consequências das mudanças do clima. Foto: Divulgação
Jovens brasileiros do movimento Clímax Brasil devem trabalhar por rede nacional de organizações e pessoas lutando contra as consequências das mudanças do clima. Foto: Divulgação

Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado no final de julho revelou que o combate às mudanças climáticas está no fim da lista das prioridades dos jovens brasileiros de 19 a 25 anos.

De acordo com a pesquisa, assim como mostram as manifestações populares nas ruas desde junho, educação de qualidade (85,2%), e melhoria dos serviços de saúde (82,7%), são as principais preocupações da juventude brasileira, enquanto o combate às mudanças climáticas aparece como prioridade para apenas 7,3 dessa faixa etária.

Governos honestos e atuantes ficaram em quarto lugar, com 63,5% dos entrevistados, atrás de alimentos de qualidade, com 70,1%. Em maio de 2013, o Ipea conversou com mais de 11.430 pessoas para a pesquisa. O instituto identificou também que 51 milhões de pessoas estão na faixa entre 15 e 29 anos, número que representa 26% da população local.

Algumas organizações tentam estimular nos jovens brasileiros os combates às mudanças climáticas. Uma delas é a Clímax Brasil, vinculada ao grupo ambientalista 350.org. Na quinta-feira, 22 de agosto, a entidade promoveu um debate virtual com foco na juventude para discutir a volta das termelétricas movidas a carvão na matriz energética brasileira. O EcoD entrevistou recentemente Diêgo Lôbo, uma das lideranças do movimento.

Mobilização dos jovens

Além dos debates, o Clímax Brasil pretende criar uma série de materiais educativos sobre mudanças climáticas para serem trabalhados com adolescentes e jovens de todo o país. Também serão organizadas intervenções artísticas e ambientais, convidando a juventude para se mobilizar de forma criativa e transformadora por meio de diversas ações como grafite, hortas urbanas, vagas vivas e bicicletadas.

Por último, o movimento pretende criar um grupo de monitoramento das políticas públicas brasileiras sobre mudanças do clima, empoderando os jovens para influenciar os governos e cobrar que as políticas de mudanças climáticas sejam melhoradas e realmente implementadas.

* Publicado originalmente no site EcoD.