Conteúdo irrelevante nas mídias sociais é tão dispensável quanto um perfil desatualizado, garantem especialistas da área. Usar as redes sociais somente para divulgar o que uma empresa está fazendo num âmbito institucional é receita certa para o fracasso.
A melhor estratégia é conhecer seu público-alvo, oferecendo-lhe um conteúdo que realmente desperte sua atenção e que mostre o quanto interessado você está nele. “Será que o conteúdo abordado pela empresa está dando oportunidade para que o público interaja ou pretende apenas informar o usuários?” questiona Rafael Ziggy, que trabalha com planejamento digital e redes sociais na agência de publicidade Africa propaganda.
Para ele, saber para quem se está falando é vital. “A ferramenta Google Analytics te dá o perfil do público-alvo. Será que a linha editorial usada tem como base o que a marca quer falar ou o que o consumidor quer realmente saber”?
Segundo Gil Giardelli, que está há mais de 12 anos na estrada digital, professionais da área de mídias digitais/sociais terão que virar designers/curadores de conteúdo para dar conta do recado. Afinal, a rede é um turbilhão de informação. “Só o saber se estão falando mal ou bem de sua marca é coisa do passado. Temos que ir além”.
Nem todo mundo, porém, carrega o DNA da participação e vê as redes sociais como um fórum democrático. Então, a pergunta que ainda tira o sono de muito professional é: como gerar uma discussão válida e interessante através de conteúdo e não apenas “curtir” na página em questão?
Segundo Wagner Fontoura, sócio-fundador e diretor de planejamento da Co-Workers Mídias Sociais, apesar de alguns consumidores não terem o perfil participador, determinados conteúdos e/ou uma boa conversa, podem ser sim uma receita interessante para gerar interesse entre usuários mais “tímidos”.
“Marcas precisam pensar em formas criativas de trazer essas pessoas para dentro da rede. A meta da empresa deve ser transformar consumidores em “evangelistas”, “adoradores” da marca, o que deve gerar novos seguidores”, afirmou ele.
Já Vinicius Zimmer, Supervisor de Mídia Online na Agência Casa, vai mais fundo e acredita que devido a “novidade” do segmento no Brasil, navegar é preciso para encontrar a linguagem que vai fisgar o coração dos usuários. “Tem que nadar muito. Tentar. Arriscar. Não existe receita de bolo e as métricas vão te confirmar isso”.
* Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.