O governo japonês anunciou nessa segunda-feira (1) um imposto sobre combustíveis fósseis com o objetivo de reduzir o consumo e levantar recursos para o investimento em fontes renováveis de energia.
Segundo a nova política, companhias devem pagar R$ 7,53 por cada tonelada de carbono emitida no uso de combustíveis fósseis, sendo que o valor subirá para até R$ 20,32 nos próximos quatro anos.
Apesar de ser aplicada às empresas, a taxa deve causar impactos nos preços dos produtos para os consumidores, em especial da gasolina e do gás natural. A estimativa oficial é que em 2016, quando o imposto estiver com seu valor máximo, cada residência japonesa deverá ter um aumento de R$ 31,26 em seus gastos anuais.
A Federação Japonesa de Comércio ( Keidanren) divulgou uma nota contra a nova taxa, alegando que prejudicaria sobretudo os pequenos e médios negócios, além de diminuir a competitividade da indústria no cenário internacional.
A Federação destacou que já é difícil competir com os produtos chineses em busca de mercados em um cenário de recessão mundial e que o governo deveria parar de criar ainda mais obstáculos para as empresas.
O governo japonês salientou que a taxa faz parte de seus planos de cortar em 25% as emissões de gases do efeito estufa até 2020, com relação ao ano base de 1990.
A medida também complementa a recém-anunciada estratégia energética do país, que promete ampliar o uso de fontes renováveis dos atuais 10% da matriz para 30% até 2040. O crescimento da geração limpa é a aposta do Japão para suprir a demanda, já que em setembro o governo anunciou que vai desligar todos os seus reatores nucleares nos próximos 30 anos.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.