Motores movidos a etanol, reciclagem de óleo e compensação de carbono, é a sustentabilidade procurando seu espaço no mundo do automobilismo.

[media-credit name=”Duda Bairros/Grande Prêmio” align=”alignright” width=”300″][/media-credit]
Largada da corrida no Anhembi debaixo de chuva.
Em um universo onde a estrela da festa é um dos maiores vilões do aquecimento global, iniciativas de empresas mostram que é possível romper barreiras e dar os primeiros passos em um caminho longo, mas possível, de tornar as corridas de carros menos poluentes. A Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlê, percurso de rua que faz parte do campeonato da Fórmula Indy 2011, foi realizada neste final de semana, em São Paulo, no complexo do Anhembi e teve sua conclusão adiada para segunda-feira devido ao mau tempo. A corrida contou com reposição do carbono, motores movidos a etanol e reciclagem de todo o óleo queimado nos possantes motores.

A Nestlê, marca patrocinadora master da etapa brasileira, entre outras iniciativas, contratou uma consultoria de meio ambiente, que realizou o cálculo de todo o carbono emitido pelo evento. A estimativa levou em consideração as etapas de montagem, realização e desmontagem, chegando a um montante de 760 toneladas de CO2. Foram avaliados as cerca de cinco mil pessoas envolvidas na produção da prova – entre empregos diretos e indiretos -, o deslocamento dos dois aviões cargueiros que transportaram os carros e todo material das equipes, os veículos utilizados na construção do circuito e nas operações de pista e a emissão dos carros de corrida. Para compensação serão plantadas, ao longo desta semana, 4 mil árvores em parques e áreas verdes da cidade de São Paulo. A empresa realiza a ação pela segunda vez. No ano passado as árvores foram plantadas ao longo das marginais Pinheiros e Tietê.

Todos os carros foram equipados com motores Honda movidos a etanol.

Outra importante iniciativa coube à montadora Honda e está no coração do evento, os motores dos carros. Com potência que chega a 650 cavalos e fornecidos com exclusividade pela empresa, este ano foram todos movidos a etanol brasileiro, combustível gerado a partir de biomassa, menos agressivo ao meio ambiente. Isso fez com que os 26 veículos representassem uma parte pouco significativa das emissões de carbono. Segundo a montadora, para 2012 está sendo projetado em novo motor, o V6 biturbo de 2.4 litros, que terá um custo aproximadamente 40% menor e será menos poluente.

[media-credit name=”Rodrigo de Assis André” align=”alignright” width=”150″][/media-credit]
Galão da empresa Lwart, utilizado para coleta de todo o óleo usado nos motores.
Complementando os esforços, a Lwart Lubrificantes, empresa especializada em coleta e rerrefino de óleos lubrificantes usados, ficou responsável por realizar a coleta e reciclagem de todo o óleo queimado nos motores dos fórmula Indy. Para reutilização, é realizado um processo que transforma o óleo usado em óleo mineral básico, tornando-o novamente matéria-prima para a produção. O descarte inadequado deste material pode ser bastante nocivo aos ecossistemas. Sabe-se que apenas 1 litro de óleo pode contaminar até 1 milhão de litros de água e que a queima ilegal emite gases poluentes altamente tóxicos.

Apesar das ações citadas, um fator que deixou a desejar foi a não realização da coleta seletiva. Os latões de separação do lixo não foram disponibilizados e, segundo a organização do evento, para este ano não foi planejado nada neste sentido. (Envolverde)

* A jornalista assistiu a corrida a convite da Honda.