Por Leno F. Silva –
Assisti “Real Beleza”, o mais recente filme dirigido por Jorge Furtado. Gostei da fita porque trata do desafio de encontrar “a modelo” ideal e mistura, com delicadeza, distintos olhares para o belo, os obstáculos e as consequências para se assumir uma carreira de modelo jovem, as negociações familiares e outras questões sutis e explícitas.
Tudo conduzido de maneira simples, num cenário exuberante da Serra Gaúcha e um quarteto de atores competentes: Vladimir Brichta, que faz João, o fotógrafo olheiro em busca da modelo ideal; Adriana Esteves, Anita, a mãe da candidata à modelo Maria, interpretada por Vitória Strada, que vive isolada do mundo na casa-biblioteca com o marido Pedro (o excepcional Francisco Cuoco), um senhor lúcido que ama a vida naquele lugar e decorou grande parte dos livros que leu.
O roteiro tem um “que” de conto de fadas. Depois de fotografar centenas de candidatas ao estrelato e à carreira nas passarelas e no mundo da moda e da publicidade, João terá que lutar para convencer Pedro a deixar Maria, com apenas 16 anos, a única candidata bela sob o seu olhar crítico, assinar um contrato financeiramente tentador antes de concluir o ensino médio.
Correndo contra o tempo para não perder a sua escolha, o fotógrafo sensível terá que lançar mão de outras competências e sabedorias para conseguir a autorização do pai severo. Esse trabalho de convencimento com apoio de Anita e a convicção de Maria em não deixar escapar a oportunidade de sua vida, exigirá que João seja mais do que um profissional que produz maravilhosos retratos. Corra para não perder porque, infelizmente, o cinema brasileiro costuma durar pouco em cartaz. Por aqui, fico. Até a próxima.
Serviços:
Real Beleza, Brasil
Roteiro e Direção: Jorge Furtado
Elenco: Adriana Esteves, Francisco Cuoco, Vitória Strada e Vladimir Brichta
Gênero: Drama
Duração: 1h 24min
Classificação etária: 14 anos
https://www.youtube.com/watch?v=BiiJ7ZpJBcY
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.