Por Leno F. Silva*
Assisti “Pasolini” de Abel Ferrara. Quem incorpora o papel do polêmico diretor italiano é Willem Dafoe, ator prestigiado que se impõe nos distintos personagens que já representou.
O filme narra os passos dos últimos dias de vida de Pier Paolo Pasolini, um homem de hábitos simples, que morava com a mãe, trabalhava em casa, e circulava pela cidade por bares, restaurantes e em alguns deles era chamado carinhosamente de “professor”.
Com uma certa timidez, Pasolini foi vítima de sua opção sexual e da intolerância. Em 2 de novembro de 1975, Dia de Finados, saiu com um garoto de programa. Depois de alimentar o rapaz faminto com um espaguete servido numa cantina da qual era freguês eles seguiram para a praia de Óstia que parecia deserta. Ao deixarem o veículo foram surpreendidos por quatro “machões”. Imobilizado foi atacado com socos e pontapés e sem qualquer possibilidade de reação, um golpe na cabeça com um pedaço de madeira o fez cair e agonizar no chão.
A vida de um dos mais importantes cineastas do século passado acabou ali e perdemos todos nós. De lá para cá, embora tenham ocorridos alguns avanços nos direitos LGBT, o preconceito, a truculência e a violência ainda estão presentes em nosso cotidiano, o que nos faz constatar que o respeito às diversidades para que possamos ter uma convivência pacífica entre os seres humanos que habitam este Planeta ainda é um desafio permanente, e que deve ser debatido e colocado em prática a cada momento por todos nós. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)
Serviço:
Título: Pasolini
Diretor: Abel Ferrara
Elenco: Willem Defoe
Gênero: Drama
Produção: Bélgica, França, Itália
Duração: 86 minutos
Classificação: não recomendado para menores de 16 anos
https://www.youtube.com/watch?v=OFbJnR6knqU
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.