Ações para mitigar os efeitos do aquecimento global e se alinhar as propostas do IPCC ( Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), em particular as propostas divulgadas no encontro de Paris.
Por Júlio Ottoboni*
Depois de perder muitas árvores por supressão, mutilação em podas e por quedas nos últimos três anos, São José dos Campos pretende realizar até o fim deste ano o plantio de mais de 97 mil mudas nas zonas urbana e rural do município.
Pela dimensão do trabalho haverá uma força tarefa entre duas pastas, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semea) e a Secretaria de Serviços Municipais (SSM). O município abriga o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que completa no dia 1º de julho 5 anos de existência e ambos são bem ativos no IPCC.
Os plantios em área urbana são voltados à recuperação e aumento da mancha verde de algumas regiões. Na mais ampla delas, as regionais da SSM plantarão 320 árvores por semana, totalizando 1.280 a cada mês e 10.240 até o fim do ano. A operação teve início em abril e seguem até dezembro em locais como região central, Jardim das Indústrias, Jardim Satélite, Santana, Novo Horizonte.
Também colabora neste reforço de recuperação da flora o Programa “São José Mais Verde”, que atende as áreas com baixo índice de arborização. A expectativa é plantar 884 árvores, de aproximadamente 2,5 metros de altura, em 80 ruas e avenidas nos bairros Vila das Flores, Jardim Cruzeiro do Sul, Jardim República, Jardim Nova República, Jardim dos Bandeirantes e Jardim Santa Edwiges.
Uma terceira operação em área urbana ocorrerá dentro do Programa Revitalização de Nascentes, da Semea. Estão previstas mais 2.100 mudas em áreas de nascentes no Jardim Satélite, Campo dos Alemães, Vista Verde, Pararangaba e Jardim São Vicente. O trabalho envolve o plantio, a conservação e a manutenção das mudas pelo período de 36 meses. O objetivo é promover a recomposição da mata ciliar em áreas de preservação que ficam dentro da cidade.
Uma das inúmeras vantagens ambientais de se ter residuais de Mata Atlântica, além de espécies isoladas dentro do cenário urbano, é a influência sobre o microclima. As árvores regulam a temperatura, com sombreamento, umidade do ar e frequência de chuvas. Melhoram a qualidade do ar, reduzem a poluição sonora e os ventos, fornecem sombra e impedem erosões. Além disso, tornam a paisagem mais agradável. Atualmente São José dos Campos tem cerca de 130 mil árvores no perímetro urbano.
Na área rural, a Semea concentrará os plantios de espécies nativas nas áreas de preservação ambiental. A ação será realizada a partir da estação das chuvas, em setembro, promovendo a recomposição da mata ciliar ao longo de córregos e nascentes, prioritárias para conservação de mananciais de abastecimento público.
A microbacia Ribeirão das Couves faz parte da Bacia do Rio do Peixe, que é considerada estratégica por fornecer água para o Reservatório Jaguari, um dos principais reservatórios da Bacia do Rio Paraíba do Sul.
A recomposição da vegetação nativa nas áreas de proteção ambiental, que compõem um terço do território municipal, é fundamental para produção de água, o equilíbrio hidrológico, a redução dos poluentes atmosféricos, das condições climáticas, a estabilidade do solo, o controle de enchentes e secas, a produção de alimentos, remédios naturais e outros insumos, além da proteção da biodiversidade.
Além dos convênios firmados, os plantios também são financiados com recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente, que recebe verbas de compensação ambiental e de multas por infrações ambientais. (#Envolverde)
* Júlio Ottoboni é jornalista diplomado, pós graduado em jornalismo científico. Tem 30 anos de profissão, atuou na AE, Estadão, GZM, JB entre outros veículos. Tem diversos cursos na área de meio ambiente, tema ao qual se dedica atualmente.