Opinião

Alfabetização ecológica para uma utopia sustentável

Por Jetro Menezes*

Pesquisei num site bem usado por todos nós pela palavra: sustentabilidade e apareceram mais de 23.400.000 (milhões) de resultados para pesquisa. Depois, pesquisei pela palavra: meio ambiente, encontrei 44.800.000 (milhões) links. Continuei a pesquisa e busquei pela palavra: crimes ambientais no Brasil e apareceram 625.000 (mil) resultados. Ainda procurei pela palavra: gestão de resíduos no Brasil e, pasmem, encontrei 3.640.000 (milhões) resultados. Depois, fui atrás da palavra: educação ambiental no Brasil e surgiram 935.000 resultados. Destes, mais de 90% artigos acadêmicos. Para finalizar a pesquisa de curiosidade, digitei a palavra: “água no Brasil 2015” e o resultado foram 21.400.000 (milhões) links para consulta.

Pois bem, qual o significado dessa pesquisa? Qual a finalidade? O que o autor deste artigo espera com isso?

Espero que você tenha percebido o mesmo que o autor. São milhões de pessoas escrevendo, falando e publicando informações nas redes sociais e o resultado no meio ambiente é insuficiente. Basta ver o abastecimento de água em São Paulo. A falta de agua nas represas. O lixo nos córregos e rios. Você sabia que existem os Comitês e os Subcomitês de Bacias Hidrográficas no Brasil? (Pesquisei a palavra: subcomitês de bacia e o resultado foram 11.900 (mil) links para pesquisa e consulta).

Acredito que a publicação de artigos acadêmicos, sites de empresas nestas áreas, estudos e pesquisas sobre o tema devem ser divulgados nas redes sociais. Todos nós fazemos isso. Mas, a prática na sociedade tem sido diferente. Por que se fala tanto e as respostas positivas são de baixo impacto? O que falta para as pessoas incorporarem hábitos mais saudáveis e ecologicamente corretos no seu dia a dia? Coisas simples, do tipo, separar os resíduos para a reciclagem e doá-los para uma cooperativa ou leva-los até um ponto de entrega. Evitar embalagens supérfluas. Adotar uma caneca. Andar menos de carro, para viagens curtas. Fazer compostagem em casa. (já existem composteiras de uso caseiro). Criar um site para fazer educação ambiental. Ajudar uma associação ecológica. Plantar uma arvore. Organizar a coleta seletiva no condomínio. Fazer oficinas de arte com sucatas. Estudar mais a área de meio ambiente. Ler bons livros sobre o tema. Fazer cursos nesta área, ver palestras, debates, vídeos na internet, documentários. Fazer uma faculdade de Gestão Ambiental, Biologia e tantas outras formas. Como, por exemplo, consultar a internet e ver bons exemplos e atitudes simples que podemos adotar na nossa vida e fazer a diferença. Como aquela história do beija-flor levando agua no bico para apagar o incêndio na floresta. Parecia loucura um passarinho tão pequeno tentar apagar o fogo numa floresta. Mas, ele estava fazendo a parte dele.

Ou seja, precisamos encontrar uma maneira de tornar a prática no cotidiano das pessoas cada vez mais voltada para a preservação e os cuidados que o meio ambiente precisa. O meio ambiente merece, por que nós não vivemos sem o meio ambiente. Experimente viver sem água, sem terra para plantar, sem a natureza para contemplar, sem o ar puro para respirar.

Existe uma máxima que surgiu durante a ECO-92: “ Pensar globalmente, agir localmente.”. Faça uma experiência: pense no lixo no Planeta Terra e faça a sua parte em casa, na comunidade, na empresa, no município. Da mesma forma, faça isso para outras áreas do meio ambiente. Faltam árvores no meu bairro? Junte um grupo de vizinhos e amigos e plante.

A resposta do autor para as pesquisas no começo do texto estão diretamente relacionadas às posturas que todos nós adotamos na vida. Precisamos ter vontade de mudar. Vontade de fazer a diferença e fazer diferente. Temos que reprogramar alguns conceitos que estão em nós e fazer mudanças positivas para a coletividade.

Façamos como o beija-flor que estava levando a água no bico para apagar um incêndio de grandes proporções na floresta. Outro pássaro viu a atitude dele e perguntou o que estava fazendo e que sozinho não conseguiria resolver aquele tremendo problema. Ele respondeu para o amigo pássaro: Estou fazendo a minha parte!

Façamos a nossa parte para garantir um mundo saudável e equilibrado social e ecologicamente. (Plurale/ #Envolverde)

* Jetro Menezes, 47 anos, gestor ambiental com especialização em saneamento ambiental. Professor na pós-graduação do SENAC Jundiaí no curso de Gerenciamento de Resíduos. Professor na Oficina Municipal na área de gestão de resíduos e coleta seletiva. Consultor Técnico na ONG Ecocultural. Coordenou o Programa de Coleta Seletiva na Prefeitura de São Paulo e implantou a coleta seletiva em algumas cidades. Responsável pelo site pessoa: jetromenezes.wix.com/lixologo.

** Publicado originalmente no site da Revista Plurale.