Sociedade

Pesquisa mostra que porcos para abate podem ter criação sustentável

Mundialmente, os porcos estão entre os animais que mais são criados em sistemas intensivos e, mesmo assim, ainda passam por grandes sofrimentos ao longo de toda a vida. Com base na pesquisa, a World Animal Protection aponta que as grandes redes de supermercados têm o poder de acabar com o atual cenário. A organização está trabalhando junto aos grandes nomes do setor para estimular a compra da carne suína proveniente de fazendas que tem como prioridade o bem-estar.

Para provar que esse é o caminho economicamente mais sustentável, a pesquisa internacional, feita em 4 países (China, Austrália, Tailândia e Brasil), revela que os consumidores já estão preocupados com o tratamento de suínos criados em fazendas, 89% das pessoas entrevistadas estão dispostas a mudar de loja se o supermercado se compromete a melhorar a vida dos porcos. No Brasil, esse percentual sobe para 93%.

“Nosso objetivo não é acabar com o consumo e venda de carne suína, mas sim mostrar aos comerciantes caminhos para que a vida desses animais melhore e seja mais saudável, afirma José Rodolfo Ciocca, da World Animal Protection no Brasil. “Queremos que os porcos possam se desenvolver em ambientes próximos ao seu habitat natural, evitando assim mutilações e sofrimentos desnecessários”, complementa o gerente de campanhas.

Como a demanda por carne suína barata continua crescendo em todo o mundo, a pecuária industrial intensiva segue mantendo práticas antiquadas. Três de quatro porcas de gestação, por exemplo, permanecem em gaiolas. Leitões são mutilados, muitas vezes sem alívio da dor.

O levantamento conduzido pela World Animal Protection também aponta que:

• No Brasil, seis em cada dez pessoas (66%) ficaram chocadas, perturbadas e acharam errado após verem a realidade da pecuária industrial intensiva Internacionamente, esse índice sobe para 72%.

• Oito em cada dez (80%) pessoas no Brasil, Tailândia e Austrália estão preocupadas com o impacto na saúde humana pelo uso rotineiro de antibióticos em animais de fazenda

Além de todo esse esforço feito junto às redes de supermercados, a World Animal Protection também trabalha com os produtores para desenvolver sistemas de bem-estar mais elevados, permitindo que os porcos sejam mantidos fora das gaiolas e em grupos sociais.

Os consumidores que querem abraçar a causa podem assinar a petição da organização que exige o compromisso de alguns dos principais supermercados, como Carrefour, Grupo Wal-Mart, Grupo Pão de Açúcar e Grupo Cencosud, com a venda de suínos criados corretamente. (#Envolverde)