ODS2

Nova Unidade de Referência em Agroecologia no Litoral Norte

12 agricultores e produtores rurais da Bacia do Rio Juqueriquerê, em Caraguatatuba, participaram de uma oficina no formato de mutirão para a instalação de uma área coberta para plantio protegido de hortaliças. Ao longo deste ano, outras tecnologias socioambientais serão implantadas na 1ª. Unidade de Referência (Sítio escola) desta Bacia

Fortalecer a agroecologia no litoral norte de SP é uma das metas na segunda etapa do Projeto Tecendo as Águas, realizado pelo Instituto Supereco, com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

A área escolhida para implantar a 1º Unidade de Referência em educação e difusão de boas práticas agroecológicas, ecoeficiência e conservação dos recursos hídricos (sítio escola) é na zona rural Bacia do Rio Juqueriquerê. A região é muito estratégica para o abastecimento público de água de toda Caraguatatuba e parte de São Sebastião, além de abrigar famílias de produtores rurais que dependem de suas nascentes bem conservadas.

A partir do cadastramento dos agricultores e suas propriedades, em 2018, o Sítio Flora Manacá, da família de Dona Eva Pinheiro, foi escolhido por atender a maior parte dos critérios. Desde a documentação regularizada, produção sem utilização de agrotóxicos, vocação e interesse para as tecnologias sociais em zonas rurais até o acolhimento de outros agricultores para a troca de experiências e aprendizado.

Conforme explica Pedro Fernando Rego, Biólogo e Articulador do Tecendo as Águas, “Dona Eva e sua filha, Betisaba Pinheiro Tavares, participaram da primeira etapa do Projeto Tecendo as Águas, na oficina Mapa Verde. Outro diferencial na escolha de sua propriedade foi o fato de não usarem fertilizantes químicos em sua produção, que hoje atende à CSA – Comunidade que dá suporte à agricultura, com cestas de produtos fornecidos semanalmente a 29 famílias da região. No Sítio Flora Manacá já são adotadas outras boas práticas, como por exemplo um sistema agroflorestal iniciado por alguns membros do CSA”.

Segurança hídrica e segurança alimentar nos ODS

A primeira oficina, com tecnologias sociais alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 6, 11 e 12, foi a implantação de “área coberta para plantio protegido”, relacionada à segurança hídrica e alimentar.

Segundo explica Betisaba, filha de Dona Eva, essa tecnologia irá contribuir muito com a produção de hortaliças, nesse período, já que “entre novembro e março, há mais incidência de chuvas e alta temperatura, que resultam no aumento de umidade e provocam o cozimento das folhas”.

A experiência de “aprender fazendo” possibilitou aos agricultores do mutirão terem noções básicas da bioconstrução de área coberta a partir de estruturas de bambu. Para auxiliar no controle da umidade do solo, será implantado também um sistema de irrigação automatizado por gotejamento, de fácil instalação, propiciando economia de água e de mão de obra. O acionador simplificado, uma espécie de interruptor (tecnologia social de baixo custo) contribui para a redução do desperdício e otimiza o uso da água, acionando a irrigação no momento em que o solo encontra-se seco e interrompendo-a quando o nível de umidade está adequado.

ara Alexandre Luiz de Campos Serra, que foi beneficiado na primeira oficina, “foi muito importante pra gente que é agricultor, e que está buscando formas alternativas do cultivo orgânico, ter essa experiência com o ambiente protegido porque na nossa região é justamente o que a gente está precisando no momento. Só temos a agradecer o apoio de vocês e os ensinamentos de todos”, concluiu.

Vem 2019!

A escolha das tecnologias sociais para o “Sitio Escola” ocorreu de forma participativa entre a família do Sítio Flora Manacá e a equipe do Instituto Supereco / Projeto Tecendo as Águas, considerando, também, as demandas dos outros agricultores cadastrados. Existem pelo menos 15 tecnologias possíveis de implantação em 2019, como o tratamento de águas cinzas e a construção de um capril (dormitório de ovelhas), com captação de água de chuva e aproveitamento do adubo produzido por esses animais.

Sobre o Tecendo as Águas

O projeto “Tecendo as Águas”, conquistou dois prêmios importantes: 1º Lugar da categoria de Preservação dos Recursos Naturais do prêmio “LIF 2015 – Clima e Sociedade: a mudança começa em nós”, da Câmara de Comércio França-Brasil, e ainda, “Melhores Práticas de Educação Ambiental e Gerenciamento de Recursos Hídricos de 2014”durante o “XII Diálogo Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos – Água & Energia”, além da representatividade entre os melhores projetos brasileiros selecionados pela Abong (Associação Brasileira de ONGs) para fazer parte da delegação brasileira no Fórum Social Mundial de 2015, na Tunísia, África.

Rede de Parceiros do Instituto Supereco

Além do patrocínio da Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental, o Projeto Tecendo as Águas conta com uma rede de parceiros estratégicos como o Instituto Educa Brasil, Prefeitura de Caraguatatuba, Prefeitura de São Sebastião, Trata Brasil, CBH-LN (Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte), CEAG (Centro de Educação Ambiental de Guarulhos), Refresh Brazil, OBME (Organização Brasileira das Mulheres Empresárias), APA Marinha Litoral Norte e ASPS (Associação Sebastianense de Promoção Social).

(#Envolverde)