Por Deivison Pedroza* –
Como se organizar para que o colaborador mantenha foco e produtividade em home office? Terminei a primeira parte deste artigo com essa pergunta e começo a respondê-la falando da importância de as empresas elaborarem um manual de boas condutas para fornecer aos funcionários, permitindo, assim que a relação trabalhista transcorra sem conflitos. Obviamente, nem todas as profissões e atividades laborais podem simplesmente migrar para o formato a distância, mas trata-se de uma emergência adotada devido à pandemia do novo coronavírus, que pode estabelecer novas modalidades de trabalho.
Além de adequação para realizar o trabalho remoto de forma segura, a empresa deve estabelecer regras, bem como preparar infraestrutura e ferramentas a serem utilizadas para garantir a segurança das informações trocadas entre instituição e colaboradores. Neste contexto, o comprometimento do funcionário é fundamental. Sabemos que no ambiente residencial ocorrem muitas distrações com filhos, redes sociais e programação da TV, entre outras. Entretanto, é importante estabelecer regras e limites para não comprometer a entrega de resultados e o cumprimento da jornada de trabalho diária.
Para evitar possíveis desconfortos durante o home office, o ideal é a empresa disponibilizar ferramentas capazes de verificar se o funcionário está realmente produzindo. Isso pode ser feito usando o computador da sede da empresa por acesso remoto ou utilizando ferramentas de gestão online acessíveis a todos da equipe.
Lembram do Arnaldo, nosso personagem do início da primeira parte do artigo? Então, nem todos conseguem ser ele. Alguns profissionais têm dificuldades em assumir o compromisso e a responsabilidade de trabalharem remotamente. Em alguns países, o home office já é comum, mas, no Brasil, a medida pegou muitos de surpresa. Porém, nesse cenário, mesmo quem não é fã do formato precisa se adaptar e performar no mesmo ritmo torna-se um desafio, sem colegas ou um chefe fisicamente para trocar ideias.
Outro ponto importante a ser destacado é que a realização do trabalho remoto não deve quebrar o código de vestimenta da empresa, principalmente em momentos de necessidade de conferência de vídeos para reuniões. A empresa não tem como controlar, nessa modalidade de trabalho, a vestimenta do seu colaborador, até por questões de privacidade. No entanto, deve ficar bem claro no manual de conduta a relevância de os colaboradores estarem, pelo menos, apresentáveis para as situações de interação visual com outros funcionários e clientes.
Acredito que, daqui em diante, muitas coisas mudarão. E nada impede a empresa de propor ao empregado um regime misto, permitindo a ele trabalhar dois ou três dias remotamente, e o cumprimento do restante presencialmente na empresa. Nesses casos específicos, é imprescindível o cuidado na composição do contrato trabalhista, de modo a evitar mal-entendidos posteriores, acarretando disputas judiciais. Consulte os departamentos de Recursos Humanos e o Jurídico para verificar a melhor maneira de concretizar o contrato, sem lesão para nenhuma das partes.
Por fim, analise como sua empresa pode se tornar mais produtiva, adotando em alguns setores o regime de home office. Aproveite esses tempos de pandemia para realizar testes de viabilidade para aplicação da modalidade, corrigindo imperfeições e auxiliando também a economia do País.
Devemos lembrar que a economia é um grande motor, com muitas engrenagens. Esse mecanismo é movido pelo consumo das famílias em um grande ciclo. Talvez o teletrabalho possa manter a empresa funcionando nesses tempos tão complicados, possibilitando também a manutenção do emprego de seus colaboradores que, caso fossem demitidos, deixariam de fazer parte do combustível que impulsiona essas engrenagens.
A hora de tentar inovar é agora e quem sai na frente geralmente se destaca. Então, inove, arrisque, crie. E esteja pronto para o futuro.
*Deivison Pedroza é CEO da Verde Ghaia
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