Opinião

O Planeta dos Humanos - uma leitura crítica de Samyra Crespo

Uma das mais relevantes pensadoras da causa socioambiental no Brasil, a pesquisadora Samyra Crespo faz uma análise do filme Planet of Humans, que tem como produtor executivo Michael Moore, um velho e conhecido provocador, pregador de verdades inconvenientes e anti-establishment. Foi escrito e dirigido, também participa do filme, por um integrante do ninho ambientalista: Jeff Gibbs.

Samyra escreve uma série de quatro textos onde analisa os argumentos e teses apresentadas pelos autores, reflete sobre o que é dito e contrapões com ciência e competência. Uma das característica do movimento ambientalista é estar tão certo de que seu lado é o do bem, que não está acostumado a ser confrontado, e reage mal a isso, o que não é o caso da nossa colunista.

Assista o filme, leia os artigos, vamos ao debate:

Primeiro texto:

O “Planeta dos Humanos”, filme controverso diz que ambientalistas vendem ilusões (Parte 1)

Em geral, nenhum movimento político aprecia uma controvérsia que lhe é desfavorável. Em um momento como este, quando o antiambientalismo tornou-se doutrina hostil e destruidora – basta ver a atuação de Trump nos EUA e do Bolsonaro, seu discípulo, no Brasil – a onda causada pelo filme “Planet of the Humans” desperta paixão em defesas e ataques às “intenções” de seus produtores. Leia mais…

Segundo texto:

O controverso filme Planet of the Humans… (Parte2)

Podemos chamar Michael Moore e Jeff Gibbs, os realizadores, de tudo: radicais, sensacionalistas, mas não é possível dizer que são anti-ambientalistas. Afinal, espremendo, todas as “evidências” que o filme junta para mostrar como o velho e resiliente Capitalismo “engoliu” boas intenções, novas e promissoras tecnologias, e vomitou monstros – não são nada triviais. E não estariam estes velhos rapazes pregando, afinal, contra o establishment? Leia mais…

Terceiro Texto:

Transição energética “verde” ou apenas tecnológica? A dúvida levantada pelo filme Planet of Humans (Parte 3)

O ambientalismo para mim não é uma religião. Portanto, abaixo os dogmas, os mitos ou líderes “intocáveis”. Fico com o escrutínio, o livre arbítrio e os exames de consciência, e com as lições que a História com H maiúsculo nos está ensinando. Dito isto, não compartilho da atitude sugerida por alguns de “silenciar” sobre o documentário Planet of the Humans (disponível no Youtube), muito menos bani-lo, deixá-lo cair no limbo. Refutá-lo com vigor, se o vigor e o rigor existem, me parece o caminho mais sensato. Leia Mais…

Quarto texto:

Planet of Humans: as energias renováveis estão no alvorecer de sua história (Parte 4 – final)

O diabo mora nos detalhes e a ciência nos ensina, no seu consagrado método – a buscar o tempo todo a contra prova, a refutação da própria teoria. Ou seja, não tem ciência sem crítica.
Já o campo das ideologias, seja qual for a bola da vez – como dizia Cazuza em sua canção – “Eu quero uma pra viver” – a crítica não é bem vinda. É o reino das prescrições e das tautologias. Busca-se o convencimento com uma bandeira que jamais pode ser questionada. Com fé e convicção buscamos o sucesso da utopia que acalentamos, não enxergando os bodes na sala. Leia mais…

Comentário do editor

Ao final deste trabalho espero estarmos todos mais abertos a uma abordagem crítica de dogmas e certezas que cercam o ambientalismo, mais seguros de que o Planeta dos Humanos precisa de pessoas preparadas para argumentar com base em ciência, com todas as suas implicações.
Dal Marcondes