Argentina: Contratação de cooperativas de coletores
Brasil: Aquífero Guarani em risco de contaminação
Honduras: Investigada construção de represas ilegais

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ARGENTINA – Contratação de cooperativas de coletores

Buenos Aires, 4 de abril de 2011 (Terramérica).- Buenos Aires encarregará 13 cooperativas da coleta e reciclagem de todo lixo seco da capital argentina a partir de 2012.

O novo sistema exigirá a separação domiciliar de resíduos secos (materiais reutilizáveis como vidro, metal, plástico e papel) e de matéria orgânica, como restos de comida.

“O importante é o apoio do governo a esta decisão, com orçamento, porque às empresas de lixo úmido são pagos milhões e nós somos marginalizados, como se não fôssemos uma empresa social”, disse ao Terramérica a coletora Cristina Lescano.

Ela pertence à cooperativa El Ceibo, que recolhe lixo em cerca de oito mil pontos da cidade mediante acordo com os moradores.

O contrato de coleta de lixo é o mais oneroso do orçamento municipal, de aproximadamente US$ 500 milhões, dos quais 95% serão destinados a empresas de lixo orgânico e o restante para as cooperativas.

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BRASIL – Aquífero Guarani em risco de contaminação

Rio de Janeiro, 4 de abril de 2011 (Terramérica).- Depósitos irregulares de lixo e de agrotóxicos usados nos cultivos da cana-de-açúcar ameaçam a maior reserva latino-americana de água doce subterrânea, o Aquífero Guarani, alertou o Instituto de Pesquisas Tecnológica (IPT) do Estado de São Paulo.

As áreas de risco potencial em São Paulo foram identificadas pelo IPT e por outros órgãos estaduais. O Aquífero, de aproximadamente 850 mil quilômetros quadrados, se estende por parte do território do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.

“Avaliamos os graus de vulnerabilidade segundo a profundidade do manancial, a presença de florestas nativas como proteção e os tipos de materiais produzidos no solo”, disse ao Terramérica o pesquisador em Hidrografia e Avaliação Geoambiental do IPT, José Luiz Albuquerque.

O estudo dividiu os 143 mil quilômetros quadrados do Aquífero em território paulista em três categorias: áreas de ocupação restrita, como margens de rios e reservas florestais legais; de ocupação dirigida, por serem vulneráveis à contaminação; e de recuperação ambiental, já degradadas por erosão, lixões ou assentamentos super-habitados.

O mapa de riscos orientará um projeto de lei e medidas preventivas.

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HONDURAS – Investigada construção de represas ilegais

Tegucigalpa, 4 de abril de 2011 (Terramérica).- A Promotoria Especial das Etnias de Honduras investiga a construção de pequenas represas hidrelétricas sem autorização ambiental na zona indígena de Intibucá.

O promotor Yani del Cid disse ao Terramérica que as comunidades indígenas denunciaram com provas “irrefutáveis a construção destas represas sem autorização, amparadas no boom governamental de promover a energia renovável”.

Segundo Yani, o Ministério do Meio Ambiente já está informado sobre as irregularidades, “mas também queremos os culpados para aplicar-lhes a lei”.

O governo impulsiona diferentes fontes de energia renovável para reduzir a dependência do petróleo importado, que abastece 70% da geração elétrica.

As empresas de energia asseguram que o país possui potencial hidrelétrico de 3.200 megawatts, enquanto a demanda é de 1.400 megawatts.

Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.