A sustentabilidade é um termo cada vez mais presente no dia-a-dia dos consumidores e as empresas precisam estar atentas a isso. Trazer esta realidade para o universo das empresas de menor porte é o desafio que o Sebrae pretende superar com a inauguração do Centro Sebrae de Sustentabilidade. “As micro, pequenas e médias empresas representam 99% do mercado brasileiro. Inseri-las nos conceitos sustentáveis é fundamental para mantê-las competitivas e trará grandes benefícios ao país”, declarou Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae nacional, ontem (14), em sua palestra, por ocasião do lançamento do novo espaço. Localizado em Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, o Centro está abrigado no Espaço Sebrae de Conhecimento, uma construção que apresenta os conceitos da arquitetura sustentável e que privilegiou princípios da cultura indígena em seu projeto. Veja abaixo o vídeo do Espaço de Conhecimento.
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“Queremos fazer com que a sustentabilidade seja mais do que moda, queremos torná-la o modo de pensar do empreendedor”, complementou Santos. O Centro foi criado para ser um local de referência nacional dentro do sistema Sebrae, já que é o primeiro do país. Presente também no evento, Luiz Barretto, presidente do Sebrae nacional, salientou que, ao final do primeiro semestre de funcionamento, será feito um balanço de como o diálogo e a aceitação sobre o tema estão evoluindo. “Sustentabilidade é o tema do Século 21, significa continuidade da vida”, pontuou Barretto.
O lançamento contou também com a presença do economista Eduardo Giannetti, que destacou importantes fatores da influência que o ser sustentável terá no sucesso ou não de um empreendimento. “Não é um quesito a mais, tem que estar no DNA da gestão e da inovação” afirmou. Em uma analogia, tornando o tema mais palpável, Giannetti comparou a sustentabilidade a uma maratona. “Se você gasta toda a sua energia no início, você não vence, se economiza demais, tão pouco você ganhará. Você deve utilizar seus recursos de maneira equilibrada, e assim terá uma chance de chegar ao final. Esta conquista implica agir no presente, pensando no futuro”.
Segundo o economista, o grande problema não é ter a inciativa, e sim implantá-la de maneira exequível. “A implementação é onde escorregam grande parte dos empreendimentos”. Lembrando que o planeta já chegou a um ponto em que não suporta mais os padrões de consumo existentes e que o crescimento de países emergentes como a China e a Índia podem agravar ainda mais esta situação, Gianetti apontou que a única solução será passarmos a cobrar pelos impactos ambientais gerados por cada atividade. “Quando este momento chegar, e isso não vai demorar, os empreendimentos sustentáveis estarão um passo à frente”, afirmou.
Em um debate promovido entre especialistas e jornalistas, destacaram-se alguns temas presentes nas pautas ambientais, como o Código Florestal, a Política Nacional do Resíduos Sólidos, recentemente aprovada, a ISO 26000, e ainda eficiência energética. Sobre as legislações nacionais, o jornalista Dal Marcondes lembrou que “infelizmente ainda precisamos de leis rígidas. Todos sabemos que não devemos dirigir em alta velocidade na contramão, porém, muitos fazem isso. Com as questões ambientais, a falta de bom senso é ainda maior”. Sobre a norma ISO, Tarcila Reis Ursini, da Ekobé, destacou que “a ISO 26000 não é uma certificação, e sim um conjunto de diretrizes a serem seguidas. É um grande guia de responsabilidade social para as empresas e uma ferramenta que pode ser útil à nova empreitada do Sebrae”.
No encerramento do dia, outro debate, dessa vez com a temática “Pequenos Negócios Sustentáveis, um Novo Modelo de Desenvolvimento”, contou com a presença de Roberto Smeraldi, da organização Amigos da Terra, que definiu uma empresa sustentável como a que tem “competitividade duradoura”. Para ele, “o pensar sustentável tem que acontecer individualmente, tem que residir na empresa, o engajamento é fundamental.”
Quem completou o debate foi Ralph Wekrle, da Axialpar. Reforçando a posição de Smeraldi, ele frisa que “é preciso fazer do negócio sustentável um negócio lucrativo”. Neste cenário, Wekrle não considera que há poucas oportunidades de investimento, mas adverte que “o difícil é separar o joio do trigo.” E arremata. “Falar de sustentabilidade sem inseri-la nos parâmetros produtivos é romantismo.”
Veja abaixo o vídeo do Centro Sebrae de Sustentabilidade.
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Para mais informações sobre o Centro Sebrae de Sustentabilidade, acesse www.essenegociodafuturo.com.br.