Opinião

A trajetória da sustentabilidade em parceria com inovação e tecnologia

por Carlos Eduardo Pereira, diretor de operações da Kimberly-Clark Brasil –  

Temos acompanhado, com o passar dos anos, o quanto a sigla ESG (Environmental, Social and Governance) e suas iniciativas vem sendo cada vez mais aplicadas nas empresas e passaram a fazer parte do DNA do negócio. E não é só isso, investidores também buscam investir em empresas que estão focadas em contribuir para a preservação do meio ambiente.

Os consumidores não ficaram alheios a isso. Recentes estudos deixam claro que o consumidor está cada vez mais consciente e mudando seus hábitos de compra optando por produtos e serviços que visam um ambiente mais saudável.

Uma recente pesquisa do IBM Institute for Business Value*, realizada com mais de 14 mil consumidores em nove países, comprova essa nova relação do consumidor com seus hábitos de compra e mostra como a pandemia acelerou esse processo. Mais da metade dos entrevistados confirmaram que a sustentabilidade é muito importante no momento de decidir por um produto ou serviço, 22% a mais dos respondentes antes da pandemia. Entre os entrevistados no Brasil, 66% declararam que estão dispostos a mudar de marca ou serviço, para ajudar a reduzir o impacto no meio ambiente.

Os dados me mostram que é fundamental que as empresas acompanhem esse movimento das necessidades do consumidor e no nosso ecossistema. Tecnologia e inovação são grandes aliados na hora de olhar para o meio ambiente e os negócios, e avaliar quais as mudanças e ações devem ser tomadas.

Nessa hora, é necessário olhar cada etapa da cadeia de produção e entender os impactos de cada uma no meio ambiente, para traçar as estratégias. Quando falamos por exemplo de embalagens, já sabemos que sua matéria prima principal, o plástico, vem prejudicando a vida marítima e o ecossistema. A WGSN** Brasil, em uma recente pesquisa, mostrou que as empresas precisam ir além da embalagem reciclável, é preciso olhar para todo ciclo e para isso sugere, por exemplo, embalagens refil ou em versões econômicas.

A Kimberly-Clark, companhia que atuo, definiu em 2020 sua nova estratégia de sustentabilidade até 2030, que está muito alinhada com a sua visão de liderar o mundo no que é essencial para uma vida melhor, com metas bem definidas para enfrentar não apenas os desafios ambientes, mas também sociais. Uma das metas consiste na redução em 50% das emissões de carbono e de gases de efeito estufa de suas operações e cadeia de suprimentos.  Nós também firmamos o compromisso de reduzir o uso de plástico virgem à base de fósseis em 50%, fornecendo soluções que utilizam materiais mais renováveis e que possam promover soluções regeneráveis após o uso.

A jornada e preocupação da companhia com o ecossistema vem promovendo diversos ajustes e alterações na sua forma de atuação. Em 2009 lançou a Política Global de Fibras e desde então, 100% da linha de produção de tissue no Brasil possui certificação FSC® – Forest Stewardship Council® (Conselho de Manejo Florestal)***.

Além disso, a companhia vem acompanhando todas as etapas de produção de nossos produtos, até o transporte e distribuição. Em 2020, lançou a versão refil do Sabonete Líquido Extra Suave de 200ml, da linha banho da marca Huggies. Esse novo formato vai garantir uma redução de 75% de uso de plástico se comparado a embalagem tradicional. Também neste sentido, a marca passou a disponibilizar o produto em embalagens econômicas de 600 ml.

Outro lançamento da marca, que tem um olhar especial para a preservação do meio ambiente, é a linha Neve Puro e Natural, o papel higiênico com folha tripla tem uma composição mais pura, com 0% de fragrâncias, corantes e parabenos. A nova linha também apresenta alterações em sua embalagem, que são feitas com Polietileno Verde (PE), sendo 100% recicláveis e mais sustentável.

Entendemos nossa aspiração de desviar os materiais dos nossos oceanos e aterros sanitários para então mantê-los na cadeia de valor para uso secundário e benéfico, e para chegarmos às melhores soluções para nossos produtos, fornecedores e sistemas externos, foi fundamental discutir os desafios com os times de inovação e tecnologia.

Embora tenhamos acesso às muitas práticas e exemplos de ações voltadas para preservação do meio ambiente, é necessário deixar claro que não existe um modelo correto ou uma fórmula. O primeiro passo para definição de estratégias de sustentabilidade é olhar para todas as etapas de produção e logística, seja de um produto ou serviço, entendendo os impactos dos negócios e então, responder quais as ações e mudanças necessárias para reduzir o impacto na comunidade e ecossistema.

Carlos Eduardo Pereira é diretor de operações da Kimberly-Clark Brasil. Com 16 anos de experiência no setor industrial, já atuou em grandes empresas multinacionais de bens de consumo, liderando diversas áreas como fabricação, engenharia, manutenção, utilidades, excelência operacional, segurança, saúde, Meio Ambiente, cadeia de suprimentos e Pesquisa e Desenvolvimento.

 

(#Envolverde)