Economia

Ambientalistas protestam contra navio carregado com 25 mil gados

Um navio carregado com mais de 25 mil cabeças de gado partiu na madrugada dessa segunda-feira (05) do Porto de Santos com destino à Turquia.

O navio só pode deixar o porto depois de uma determinação do Tribunal Regional da Terceira Região, o TRF 3, que atendeu ao recurso da AGU, a Advocacia Geral da União para que a carga fosse liberada.

A embarcação estava proibida de partir desde a última quarta-feira (31), quando uma liminar do próprio TRF 3 atendeu o pedido do Fórum Nacional de Proteção e Defesa do Animal e de outras ONGs de defesa ao direitos dos animais alegando que a empresa Minerva Foods, responsável pelo carregamento, não estava cumprindo a regulamentação nacional para o transporte de cargas vivas.

Entre as irregularidades, estariam o espaço menor que o recomendado entre um animal e outro, a imersão dos animais em fezes e urina e o racionamento de alimentos e água.
Pessoas que moram nas imediações do porto chegaram reclamar do cheiro que saia do navio e era sentido na vizinhança e a prefeitura de Santos chegou a aplicar multa de 3 milhões e 400 mil reais à empresa por mau tratos dos animais e pelo odor que se espalhou pela cidade.

Mas os ambientalistas já avisam que a disputa vai continuar, já que está prevista a chegada de mais um navio boiadeiro no porto de Santos, ainda essa semana, também da Minerva Foods, como explica o advogado e ativista Leandro Ferro.

Por telefone, a assessoria de imprensa da Minerva Foods negou as irregularidades e disse que os problemas foram causados justamente porque o navio precisou ser mantido atracado.

Já o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reconheceu que é preciso discutir mudanças nas condições de exportação de bovinos vivos, mas que isso pode acontecer em segundo momento, para evitar prejuízos ao setor.

A Proteção Animal Mundial repudia a decisão da Justiça brasileira em permitir a viagem dos mais de 25 mil bois do Porto de Santos para a Turquia. A ONG entende que o transporte de longa distância (fluvial) é estressante e causa prejuízos ao bem-estar dos animais, apesar de existir regulamentação brasileira para o tema. Ressaltamos que há alternativas eticamente viáveis a este tipo de transporte. No caso de reprodutores, é possível exportar sêmen, óvulos, embriões. Já para o abate, o caminho seria comercializar a carne ou outros produtos. A ONG reforça ainda que no momento em que est es bovinos entram no navio não estão sob jurisdição brasileira e, portanto, as leis brasileiras de proteção aos animais não são mais aplicáveis.Fonte: Abr (#Envolverde)