Chile: Travas ambientais encarecem a eletricidade
Cuba: Redesenho pecuário diante do aquecimento
Brasil: Falta estudar impacto climático na biodiversidade
Venezuela: Primeiro município ecológico
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CHILE – Travas ambientais encarecem a eletricidade
Santiago, 24 de dezembro de 2012 (Terramérica).- O governo do Chile alerta que o atraso na colocação de redes elétricas, por questões judiciais e obstáculos a autorizações ambientais, manterá elevado o preço da energia pelo menos até 2016.
O ministro da Energia, Jorge Bunster, afirmou que nos próximos quatro anos “viveremos restrições na transmissão, que implicam custos de energia mais altos, com maior vulnerabilidade nos sistemas e maior taxa de interrupção”.
Entretanto, o diretor do Observatório Latino-Americano de Conflitos Ambientais, Lucio Cuenca, informou ao Terramérica que o ministro faz parte “das pressões das companhias mineradoras para obter energia barata, sem importar o impacto ambiental ou social nas áreas onde são instaladas”.
A realidade do país “mostra que as pessoas não estão dispostas a dar energia barata e a qualquer custo para as empresas de mineração, por isso os processos judiciais”, destacou. Envolverde/Terramérica
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CUBA – Redesenho pecuário diante do aquecimento
Havana, 24 de dezembro de 2012 (Terramérica).- A mudança de plantas forrageiras e a busca por novas fontes de água são ações de adaptação climática implantadas por uma iniciativa de oito cooperativas pecuárias de Camagüey, a 534 quilômetros da capital de Cuba.
“Foram introduzidas novas pastagens, segundo as condições de cada terreno, como moringas e amoreiras, e identificados lugares para cavar mais poços ou incluídas novas fontes naturais de água, ainda não exploradas”, disse ao Terramérica Mayda Álvarez, referência de gênero do projeto, que também busca a igualdade entre homens e mulheres.
Assim, tenta-se manter a produção pecuária em “zonas de extrema seca”, disse a integrante da Cátedra da Mulher e da Família da Universidade de Camagüey. Os camponeses locais, de longa tradição na criação de gado bovino, enfrentam a prolongação dos períodos secos. Envolverde/Terramérica
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BRASIL – Falta estudar impacto climático na biodiversidade
Rio de Janeiro, 24 de dezembro de 2012 (Terramérica).- Apenas 6% das pesquisas sobre mudança climática realizadas no mundo, desde 1990, estudam impactos sobre a biodiversidade brasileira, segundo uma análise da Fundação Grupo Boticário.
A instituição dedicou um ano à coleta de dados e identificou 948 artigos publicados em todo o mundo sobre mudança climática e biodiversidade. Desse total, 59 eram sobre o tema proposto, 19 se referiam a “mudanças futuras previstas” e 11 a “mudanças atuais registradas e monitoradas”.
Os temas mais tratados são distribuição geográfica das espécies, diversidade biológica e serviços ecossistêmicos. Os ambientes terrestres foram assunto de 87% das análises, e nenhum estudou o impacto sobre micro-organismos e fungos.
“A quantidade de estudos precisa aumentar. A falta de conhecimento dificulta a eficácia de estratégias de adaptação à mudança climática”, afirmou ao Terramérica a diretora executiva da fundação, Malu Nunes. Envolverde/Terramérica
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VENEZUELA – Primeiro município ecológico
Caracas, 24 de dezembro de 2012 (Terramérica).- O município de Rómulo Gallegos, nas planícies do sudoeste da Venezuela e com riqueza em gado bovino, é o primeiro dos 333 deste país a contar com uma legislação destinada a organizar seu território de forma ecológica.
A ordenação, ditada pela Câmara Municipal no dia 29 de outubro, estabelece essa organização a fim de “dispor de um ambiente seguro, sadio e ecologicamente consistente com o equilíbrio dinâmico que a natureza impõe” no território de 23.148 quilômetros quadrados.
Também “estabelece um mapa de prioridades, marca pautas sobre criação de áreas municipais protegidas, como as florestas de galeria, e pode irradiar-se para outros municípios da região”, disse ao Terramérica a diretora de Assuntos Externos para América Latina do The Nature Conservancy, Lila Gil, que apoiou o projeto no terreno.
O município, banhado por rios tributários do Orenoco, abriga mais de 220 espécies de flora e 700 de fauna, e é habitat dos povos indígenas cuiva e pumé, com quase quatro mil pessoas que vivem junto a cerca de 25 mil crioulos. Envolverde/Terramérica
Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.