Barcelona, a segunda maior cidade da Espanha, com 1,6 milhões de habitantes, não esperou até o limite de um trânsito caótico para tomar atitudes enérgicas quanto à mobilidade urbana. Em 1998, a capital da região da Cataluña, criou o Pacto da Mobilidade, uma ferramenta para promover a consulta à população e a participação conjunta entre setor público, associações e entidades para criar um modelo de mobilidade desejado.
Administrado pela prefeitura, o pacto é um organismo vivo que evolui de acordo com os novos desafios gerados pela cidade. É uma mesa de diálogo e de compromisso recíproco, uma fórmula para chegar a acordos. As 10 principais metas são:
• Conseguir um transporte público de qualidade e integrado.
• Manter velocidades de percurso e melhorar a velocidade do transporte público de superfície.
• Aumentar a área e a qualidade da rede viária dedicada aos pedestres.
• Aumentar o número de locais para estacionamento e melhorar a qualidade dos mesmos.
• Melhorar a informação e a formação para os cidadãos, e a sinalização de trânsito.
• Obter uma legislação adequada para a mobilidade da cidade de Barcelona.
• Melhorar a segurança nas ruas e o respeito entre os usuários dos diferentes modos de transporte.
• Promover o uso de combustíveis mais limpos e o controle da poluição e do ruído causado pelo tráfego.
• Promover o uso de bicicletas como modo habitual de transporte.
• Conseguir uma distribuição urbana de mercadorias e produtos rápida e organizada.
Depois de Barcelona, a ideia foi repetida em muitas cidades espanholas.
Resultados positivos
Depois de 12 anos, o Pacto de Mobilidade de Barcelona conseguiu resultados positivos como a ampliação da rede de metrô, que já atinge grande parte da cidade com 117 quilômetros de extensão; em 2004 houve a reintrodução do Tranway elétrico, como meio de transporte de massa, especialmente para se comunicar com as cidades da região metropolitana.
Também foi implantada a integração dos transportes públicos, que permitem transferências entre os diferentes modos de transporte, sem ter que pagar um novo bilhete; criação e manutenção de uma extensa rede de ciclovias; rede de estações automáticas de aluguel de bicicletas distribuídas por toda a cidade (serviço Bicing). A novidade agora é o início da instalação de pontos para recarga de veículos elétricos.
*Publicado originalmente no site EcoD.