Nova metodologia desenvolvida medirá o desmatamento evitado em uma determinada área florestal e reverterá o crédito calculado em renda para a comunidade local. O projeto é um esforço conjunto de quatro instituições: a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), o Carbon Decisions International (CDI), o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) e o Banco Mundial.
A iniciativa é uma união de duas tecnologias já existentes: a metodologia de fronteira, que mede a exploração da borda da floresta, com a metodologia de mosaico, que calcula o que acontece em espaços variados dentro do perímetro da mata. A nova metodologia – já certificada pelo Verified Carbon Standard, que verifica a confiabilidade em projetos de créditos de carbono – funciona a partir de uma fórmula que gera cenários de desmatamento com base nos dados coletados em campo (na floresta) e mede o percentual evitado de exploração da mata, transformando-o em créditos de carbono.
Victor Salviati, coordenador de Projetos Especiais da FAS, conta que projetos de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) também podem ter vantagem com a iniciativa, já que muitas vezes fecham acordos com as comunidades que ajudam na manutenção da área verde. A iniciativa é uma forma de repassar essa renda para os moradores locais. “Eles são os maiores agentes da conservação desse ambiente, e todo serviço ambiental tem que ser revertido para a comunidade que vive lá”, complementa Salviati.
A conversão dos créditos de carbono em renda para os moradores é feita a partir da intermediação do Banco Mundial, por meio do Fundo BioCarbon, que já atua em projetos semelhantes em reservas naturais em Madagascar.
O projeto chega em boa hora, já que a degradação florestal corresponde hoje a aproximadamente 20% da emissão global de gases de efeito estufa. Este número é superior ao do setor de transporte do mundo inteiro, e fica atrás apenas do segmento de energia.
* Publicado originalmente no site As Boas Novas.